Saiba como referenciar vídeo do YouTube no TCC de acordo com a ABNT

Atualmente, com os meios digitais cada vez mais difundidos, tornou-se mais simples buscar e ter acesso a documentos de todos os tipos.  No caso de pesquisas para TCCs e outros trabalhos acadêmicos, os meios digitais facilitaram o acesso à bibliografias e outras fontes de pesquisa. 

Com um clique, é possível acessar artigos, dissertações, teses, livros e outras publicações no seu formato digital. O YouTube também permite acessar documentos audiovisuais importantes para pesquisas.

Mas, como referenciar um vídeo do YouTube no TCC? Nesse artigo,vamos falar sobre as possibilidades de pesquisa em vídeos do YouTube e como referenciá-los corretamente. Confira! 

Vídeos do YouTube como fonte ou objeto de estudos?

Quando falamos de pesquisa acadêmica, as fontes documentais possuem uma grande diversidade de formatos e mídias. Ao passo que mapas, fotografias, músicas e vídeos são considerados documentos assim como livros e documentos oficiais!

Nesse sentido, o Youtube e outras plataformas de vídeo via on demand são extremamente úteis para pesquisadores. Existem diversos pesquisadores que realizam divulgação científica em canais pessoais ou institucionais no YouTube. 

No último ano, por conta da pandemia do Coronavírus, diversos eventos acadêmicos ocorreram de forma virtual. Eles foram transmitidos ao vivo e depois disponibilizados para quem quisesse ver (ou rever) depois, uma vez que permanecem na plataforma. A previsão é que esse formato digital continue acontecendo (mesmo após o fim do isolamento). Afinal, ele permite reunir pessoas de diversas localidades na mesma tela sem a necessidade de deslocamento. 

Atualmente, órgãos oficiais do governo também já possuem seus canais no YouTube. Lá, publica-se suas propagandas, pronunciamentos oficiais e outras peças audiovisuais importantes. Além disso, existem diversos filmes de ficção e documentários disponibilizados através de um aluguel pago ou até gratuitamente no YouTube pelos seus produtores. 

Mas como referenciar vídeos do YouTube no TCC?

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) possui uma normativa sobre referências em trabalhos acadêmicos. A NBR 6023 inclui entre os seus modelos de referência “filmes, vídeos, entre outros em meio eletrônico”. Assim, as regras referentes a estes documentos podem ser usadas tanto para vídeos encontrados no YouTube, como no Vimeo, ou no Dailymotion, por exemplo.

Em síntese, a normativa define que esse tipo de documento deve seguir duas regras: aquelas estabelecidas para vídeos e afins e para documentos em meio eletrônico. 

Ou seja, além de identificar o documento, é necessário apontar onde ele foi encontrado e quando se realizou o acesso. Dessa forma, quem for ler e avaliar o TCC pode acessar e assistir o vídeo onde ele foi hospedado. Mas, se por algum motivo ele for retirado do ar, a data de acesso é uma prova da sua existência.

Assim, os elementos essenciais para a identificação de um vídeo no YouTube em um TCC são:

  • Título do vídeo;
  • Diretor e/ou produtor;
  • Local de produção;
  • Empresa produtora ou distribuidora;
  • Ano de lançamento; 
  • Especificação de suporte e duração do documento;
  • Endereço eletrônico; e enfim
  • Data de acesso.

Então, a referência fica estruturada da seguinte forma: 

[TÍTULO DO VÍDEO]. [Nome do diretor e/ou produtor]. [Local]: [produtora ou distribuidora], [ano].  [Suporte] [(duração]. Disponível em: [endereço eletrônico]. Acesso em: [data de acesso];

Ah, e, se possível, inclua outras informações que ajudem a identificar melhor o documento! No caso de filmes, por exemplo, indique os atores principais e o roteirista também. Já no caso de uma palestra ou mesa de debates gravada, é importante incluir o nome de todos aqueles que falaram nelas. 

Veja exemplos de referência de vídeo no YouTube:

Eventos acadêmicos e mesas de debate

SESC IDEIAS: Especulação imobiliária e preservação do patrimônio histórico. Debate virtual com Nabil Bonduki, Flávia Brito do Nascimento e Danilo Cymrot (apresentação e mediação). São Paulo: Serviço Social do Comércio (SESC), 2021. Transmitido pelo canal Sesc São Paulo (96 min.). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9mzw902RpMo. Acesso em: 18/03/2021. 

Programa de TV

RODA VIVA com Átila Iamarino. Apresentação de Vera Magalhães. São Paulo: Fundação Padre Anchieta (TV Cultura), 2020. Publicado pelo canal Roda Viva  (91 min.). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=s00BzYazxvU. Acesso em: 18/03/2021.

Documentário curta-metragem

INSIDE an indie bookstore. Produção e direção de Ariel Bissett. Canadá: produção independente, 2019. Publicado pelo canal Ariel Bissett. 1 vídeo (6 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EM44AKeo9C8. Acesso em: 18/03/2021.

Atenção aos direitos autorais dos vídeos!

Ressaltamos, no entanto, que é preciso tomar certos cuidados ao usar um vídeo hospedado no YouTube como fonte. Afinal, a plataforma é aberta para os usuários criarem seus próprios canais e divulgarem seus vídeos. De acordo com as regras da plataforma, os usuários têm total responsabilidade pelos vídeos que divulgam nela. Ou seja, em um canal os usuários só podem publicar vídeos de própria autoria. Ou ainda que possuam permissão de quem os produziu.

Isso é importante porque reproduzir aulas, programas ou filmes sem autorização configura pirataria. Afinal, caso sejam detectadas irregularidades como essas, o vídeo pode ser tirado do ar e o canal, deletado. Com isso, você pode perder um material importante para a sua pesquisa. 

Além disso, a publicação pirateada pode apresentar diferenças do original. Isso pode ter um impacto negativo e atrapalhar a sua pesquisa. E também pode te levar a creditar errado a produção nas suas referências. 

Portanto, tenha cuidado ao selecionar fontes para o seu TCC. Prefira sempre canais oficiais e de produtores de conteúdos confiáveis. Ainda assim, cheque sempre a autoria dos vídeos para ter certeza sobre o material que irá usar. 

Por fim, caso não encontre os vídeos que você busca no YouTube, procure em outras plataformas de audiovisual e acervos físicos. Em alguns casos, é possível entrar em contato com a produtora ou distribuidora e conseguir uma cópia legal do material.