1º de Maio: saiba como surgiu o Dia do Trabalhador

O dia 1 de maio é o feriado em que se comemora o Dia do Trabalhador em diversos países do mundo, inclusive no Brasil. A data é marcada como um dia de comemorações das conquistas históricas dos trabalhadores e manter a memória da luta por direitos. Mas, você sabe porque esta data é importante?

Neste artigo, vamos falar sobre como o 1 de maio se tornou uma data internacional de reinvindicação de direitos trabalhistas.

O início da greve dos trabalhadores nos Estados Unidos

Em 1 de maio de 1886, milhares de trabalhadores das principais cidades industriais dos Estados Unidos, paralisaram os seus trabalhos e foram às ruas em protesto às condições de trabalho à que eram submetidos. A data foi escolhida por se tratar do início do ano contábil das indústrias, quando os contratos anuais de trabalho eram finalizados.

Este foi o início de uma greve que iria se espalhar por diversas outras cidades e que reivindicavam a diminuição da jornada de trabalho (que poderiam chegar a 17h diárias) para 8h, sem que os salários fossem reduzidos. O slogan dos grevistas da época era “Eight hour day with no cut in pay” (“Oito horas por dia sem redução de salário”).

Os movimentos pela diminuição da jornada de trabalho já existiam no país há alguns anos, liderados pelos movimentos sindicais anarquistas e socialistas. Em 1884, os sindicatos estabeleceram o prazo de dois anos para que os empregadores limitassem os contratos de trabalho em 8h diárias. Com a aproximação de maio de 1886, a greve passou a ser organizada e contou com a adesão de milhares de trabalhadores.

Assim, a greve se tornou um importante instrumento de pressão política, no entanto, ela logo passou a ser fortemente reprimida.

Os eventos na Praça Haymarket

No dia 4 de maio, em Chicago, uma bomba estourou na praça Haymarket em meio a uma manifestação. Após a explosão, os policiais abriram fogo contra os grevistas, resultando na morte de quatro trabalhadores e no ferimento de dezenas de outros. Além disso, cerca de cem grevistas foram presos e oito deles foram acusados de serem agitadores do conflito e de serem responsáveis pela bomba. Entre os acusados, estavam dois homens que nem estavam presentes na manifestação da praça Haymarket. A alegação da polícia para justificar a prisão dos dois era de “extremo radicalismo político”. A Suprema Corte Americana sentenciou sete acusados à pena de morte e um à 15 anos de prisão.

Foi somente em 1890 que o Congresso dos Estados Unidos aprovou a redução da jornada de trabalho para 8h.

O marco de 1 de maio como o Dia do Trabalhador

A greve foi amplamente coberta pela mídia estadunidense e passou a ser noticiada também na mídia internacional. Os eventos influenciaram diversos outros movimentos pela Europa.

Em 1889, em Paris, na Segunda Internacional Socialista em 1889 (reunião de trabalhadores, membros dos partidos trabalhistas, socialistas e social-democratas, além de intelectuais socialistas), decidiu realizar uma manifestação anual no 1 de maio, reivindicando a jornada de trabalho de 8h diárias. A data foi escolhida como homenagem à greve de 1886.

No ano de 1891, no entanto, a manifestação de 1 de maio no norte da França foi fortemente reprimida, o que resultou na morte de dez manifestantes. Como resposta ao evento, os movimentos de 1 de maio se tornaram mais fortes e a Internacional Socialista daquele ano, em Bruxelas, decretou a data como o dia internacional de reivindicação de melhores condições de trabalho.

Mas foi somente em 1919, que a data se tornou um feriado oficial na França, no mesmo dia em que a jornada de trabalho de 8h foi ratificada pelo senado francês. Desde então, ela passou a ser adotada por diversos outros países como Dia do Trabalhador.

No Brasil, a data foi adotada como um feriado nacional em 1925, mas já era considerada um dia de luta por melhores condições de trabalho por movimentos de trabalhadores, como parte da internacionalização da data.