Como fazer um currículo sem experiência profissional

Na busca pelo primeiro emprego, a escrita de um bom currículo faz toda a diferença.  Mas, o que fazer quando não se tem experiências prévias de trabalho para apresentar no currículo? Muitas pessoas acham que, por não terem experiência profissional, o currículo vai ficar incompleto ou até mesmo vazio. Mas quando não se tem a experiência que se encaixe nesse quesito, não há outra alternativa. 

Só que esse fato é motivo de angústia para muitos jovens que estão adentrando no mercado de trabalho. Em 2017, o portal de carreiras Vagas realizou uma pesquisa com 682 jovens que buscavam o primeiro emprego. Perguntados sobre as principais dificuldades enfrentadas, 67% deles disseram não possuir experiência profissional, exigida pelas empresas.

Então, se você está passando por essa situação, relaxe! Um currículo não precisa estar repleto de experiências profissionais para ser considerado bom. Tudo vai depender do tipo de vaga, da empresa e da sua apresentação. Nesse sentido, ter atenção redobrada na hora de escrever o seu currículo é imprescindível. É por isso que nesse artigo, trouxemos dicas que irão te ajudar a montar um bom currículo sem experiência e se destacar na seleção. Confira!

Dá para escrever um currículo sem experiência profissional?

A resposta é: sim! 

Um currículo é um documento que tem como objetivo apresentar um candidato e os seus potenciais de forma clara e concisa para os recrutadores. E ele faz isso através de uma estrutura com diversos campos que permitem uma leitura rápida e fácil entendimento. Embora seja uma parte importante do currículo, a experiência profissional não é o único campo presente na estrutura do documento. 

Ou seja, mesmo sem experiência profissional, ainda existe uma série de informações a adicionar no seu currículo. Elas são

  • Dados pessoais: informe seu nome completo e informações de contato, como endereço, telefone e e-mail.
  • Objetivo profissional: informe as expectativas em relação a vaga e a área de atuação a que está se candidatando. Escreva de forma sucinta e direta, levando em consideração seu potencial como profissional.
  • Resumo das qualificações: como você se descreveria como um profissional? Apresente sua formação e seus principais atributos para o cargo a que está se candidatando.
  • Formação acadêmica: indique a sua escolaridade, assim como as instituições onde estudou e o ano de formação. Mas atente-se à relevância da formação em relação à vaga em questão.
  • Formação complementar: refere-se a cursos de curta ou média duração que não possuem titulação atribuídas a eles. Nesse sentido, informe sobre os cursos de atualização ou extensão, por exemplo, que você participou e que podem fazer a diferença no seu currículo.
  • Habilidades: Quais são as habilidades que você já possui e que são interessantes ao cargo em questão? Nesse campo, informe sua compreensão de idiomas e de softwares, além de outras habilidades interessantes.
  • Informações adicionais: Por fim, adicione informações importantes que não se encaixam nos campos anteriores. Por exemplo, trabalho voluntário, prêmios e publicações.

Como você pode ver, existem muitas informações importantes para se adicionar num currículo – para além da experiência. 

5 dicas para escrever um currículo sem experiência e conseguir o seu primeiro emprego

Como você pode ver, a experiência é só uma entre as várias informações que um currículo pode apresentar. Assim, você pode até se surpreender com a quantidade de itens incluídos no seu currículo. Seguindo as dicas que separamos abaixo, você conseguirá escrever um currículo atraente que aumentará suas chances de ser selecionado.

1. Seja honesto

Para ter experiência profissional, é preciso conseguir um emprego. Então, se você está se candidatando para o seu primeiro emprego, é aceitável que o campo da experiência profissional esteja vazio no seu currículo.  

No entanto, muitos jovens se sentem inseguros e acabam optando por mentir; criando experiências profissionais falsas para impressionar os recrutadores e conseguir um emprego. Mas essa é a pior forma de começar a sua vida profissional. Inventar uma experiência inexistente só irá te trazer constrangimento e pode impactar negativamente a sua trajetória profissional. Primeiramente porque a história pode ser desmentida através do contato com a empresa ainda no processo seletivo para a vaga. Em segundo lugar, uma experiência profissional vem acompanhada da capacidade de realizar determinadas tarefas, que podem ser averiguadas em exames práticos durante o processo seletivo ou no período de experiência. 

Portanto, seja sincero e avise previamente os recrutadores de que você não tem experiência na área. Ao mesmo tempo, mostre-se aberto e interessado em aprender e trabalhar para se tornar um bom profissional. A honestidade certamente será apreciada. E, ao ser contratado por uma empresa, você passará por processos de treinamento que te tornarão mais confiante para atuar na área. 

2. Dê destaque para a sua formação acadêmica

Sem experiência profissional, pode até parecer impossível se destacar e conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho. No entanto, essa ideia é falsa. Embora seja uma parte importante, um currículo não é composto somente pela experiência profissional, como já apontamos acima. 

Nesse sentido, preencha todos os campos com atenção e detalhe campos que mostram o seu potencial para a vaga em questão. Aproveite para falar mais sobre a sua formação acadêmica, incluindo também disciplinas que tenham relação com a vaga ou a área a que você está se candidatando. O título do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), caso tenha finalizado, também pode entrar nesse campo. 

Confira um exemplo:

Bacharelado e Licenciatura em Matemática (cursando)

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) — Belo Horizonte, Minas Gerais

Disciplinas cursadas: Cálculo diferencial e integral, Equações diferenciais, Análise combinatória, Fundamentos da análise. 

Carga-horária total: 2.835 horas

Conclusão prevista: 12/2021

No entanto, atenção: só inclua essas informações caso elas sejam relevantes para a vaga a que você está se candidatando. Incluir só para aumentar o currículo é uma ideia muito mal vista pelos recrutadores. Nessas situações, os recrutadores podem interpretar como uma inconsistência ou falta de entendimento da finalidade do currículo. 

3. Aproveite para elencar as habilidades que te diferenciam

Mesmo sem experiência profissional, é possível que você tenha várias qualificações compatíveis com o cargo que está se candidatando. Por isso, ao ler a descrição da vaga e sobre a empresa, pergunte-se “Quais habilidades que tenho que seriam úteis para esse trabalho?”. Liste quais são as suas soft skills (ou seja, habilidades sociocomportamentais) e as suas hard skills (aptidões técnicas). 

Entre as soft skills, inteligência emocional, inteligência interpessoal e trabalho em equipe, por exemplo, são bastante valorizadas no ambiente de trabalho. Já entre as hard skills, conhecimento de softwares específicos e domínio de certos idiomas pode ser o diferencial do seu currículo, mesmo que você não tenha uma experiência vasta na área. No caso das hard skills, os certificados ou outras formas de comprovação são importantes, especialmente para as etapas mais avançadas da seleção. 

4. Liste outras experiências que você já teve

Fez iniciação científica? Intercâmbio? Estágio obrigatório? Participou de programas de monitoria ou voluntariado?

Experiências pessoais como essas podem enriquecer ainda mais o seu currículo. Embora algumas delas pareçam não ter relação direta com a área ou a vaga de trabalho, elas são ótimos complementos para outras informações e para a sua trajetória. Por exemplo, elas são exemplos práticos de uso de uma habilidade específica (ou até mesmo exemplificar o momento onde essa habilidade foi adquirida). Essas experiências também contribuem para que o recrutador entenda o perfil do candidato. 

Os interesses pessoais e hobbies são constantemente abordados em entrevistas de emprego e já podem ser apontados no currículo. Mas lembre-se de manter a coerência dentro do currículo. Assim como nas dicas anteriores, a ideia é apontar quais atividades que você gosta de fazer fora do trabalho, mas que ainda possam ser relacionadas a ele. 

Por exemplo, uma pessoa se candidatando para uma vaga de professor de inglês pode apontar interesse por literatura e cinema britânico ou norte-americano, por exemplo.  

5. Revise seu currículo antes de enviar

A inexperiência é vista como a principal dificuldade na hora de conseguir um emprego entre os jovens. A falta de experiência pesa, mas ela não é o principal fator de desclassificação em um processo seletivo. Uma pesquisa realizada pela Catho em 2019 revela que boa parte dos candidatos não avançam no processo seletivo por problemas na escrita do currículo. Para os recrutadores que participaram da pesquisa, os erros de português representam 34% das desclassificações de candidatos. Enquanto 25% são desclassificados por falta de experiência. 

Assim, lembre-se de que o currículo é a sua apresentação ao recrutador. É a primeira impressão que ele terá de você e a forma é tão importante quanto o conteúdo.  De acordo com a pesquisa, erros de português no currículo são sinal de falta de domínio do idioma, displicência ou falta de atenção. 

Depois de terminar a escrita do seu currículo, releia-o. Confira se não há problemas na grafia de alguma palavra e se há coerência e coesão nas suas frases. Se possível, envie para um amigo ou uma pessoa que possa fazer uma revisão minuciosa, a fim de captar erros que você deixou passar. 

 

Esperamos que essas dicas te ajudem e te dê mais confiança para escrever o seu currículo, mesmo sem experiência profissional. Continue acompanhando nossos conteúdos para mais dicas sobre como se sair bem no processo seletivo, do currículo à entrevista!