A consulta na pontuação individual dos candidatos da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), liberada na última sexta (17), rapidamente se tornou o assunto mais comentado do dia nas redes sociais. Relatos sobre erros na correção das provas, que afetaram diretamente na pontuação dos candidatos, apareceram na maior parte dos comentários sobre o assunto.
Erros de impressão
O erro, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), foi na impressão das provas, responsável pela gráfica Valid. É o primeiro ano em que a gráfica imprime os cadernos do exame. Dos anos de 2009 a 2018, a impressão era realizada pela gráfica RR Donnelley, que decretou falência em abril de 2019. A Valid não possuía experiência anterior com este tipo de serviço.
Na prova do ENEM 2020, o erro na impressão ocorreu na cor de identificação das provas e da identificação dos candidatos. A cor das provas identifica qual gabarito que deve ser utilizado na correção, já que a ordem das questões ou das respostas mudam de uma cor para a outra. Por causa do erro de impressão, o sistema de correção utilizou um gabarito que não condizia com a cor do caderno da prova.
No dia 17, cerca de 172 mil pessoas entraram em contato com o MEC a respeito das notas divulgadas. No dia seguinte, através do Twitter, o ministério informou que abriria um e-mail para os candidatos entrassem em contato questionando a nota até as 10h do dia seguinte. A medida foi criticada pelos candidatos por ter um prazo muito curto e por ter sido divulgada somente na rede social.
Nos últimos dias, segundo o MEC, foram realizadas novas correções. Segundo o seu levantamento, cerca de 5.974 candidatos tiveram problemas nas suas notas, de um total de 3.9 milhões de candidatos que realizaram a prova.
Ainda de acordo com o MEC, somente os estados de Amapá e Roraima não tiveram casos de erros na correção. As cidades mais afetadas pela falha foram Viçosa, Ituiutaba e Iturama, em Minas Gerais e Alagoinhas, na Bahia.
A nota ENEM como entrada em Universidades Públicas
Apesar das falhas e do pedido do Ministério Público Federal, o MEC não adiou a abertura de inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que utiliza o ENEM como vestibular para as Universidades Federais. As inscrições, como previsto no calendário do ministério, se iniciam hoje (21), através do site oficial. No entanto, o prazo de inscrições que iria até o dia 24, foi estendido até o dia 26.
Na edição de 2020, o SiSU conta com 237.128 vagas em cursos de 128 instituições de todo o país. Para os candidatos, ao fazerem a inscrição no sistema, é possível escolher até 2 cursos. Ao longo dos dias, os candidatos podem acompanhar o estado das inscrições e fazerem mudanças nas opções de curso.
A primeira chamada dos candidatos aprovados tem previsão de divulgação no dia 28.