A organização de uma empresa tem grande impacto sobre o seu sucesso. Ela influencia não apenas o processo geral de tomada de decisões. Mas também a maneira como se constrói relacionamentos com funcionários e com os clientes. E também no crescimento da empresa.
A maior parte das empresas tem um modelo altamente hierárquico, conhecido como gestão horizontal. No entanto, nas últimas décadas, um novo modelo de gestão tem se popularizado, especialmente entre empresas pequenas e de tecnologia. Neste artigo, vamos falar sobre a gestão horizontal, quais são as suas características e vantagens. Confira!
Como funciona a gestão vertical?
Para falar sobre a gestão horizontal, é importante entender a estrutura que foi o padrão de gestão por muito tempo: a gestão vertical.
Empresas que possuem uma estrutura vertical têm uma forte hierarquia. Os executivos ocupam os cargos mais altos e, consequentemente, têm o poder final de decisão sobre os rumos da empresa. Mas não é só isso, cabe a ele também delegar as tarefas que serão desempenhadas pela gerência, que estão num nível abaixo deles.
A mesma estrutura se repete com os funcionários que estão abaixo da hierarquia: suas tarefas são delegadas pelos gerentes, que também realizam a sua supervisão. Dessa forma, aqueles que ocupam cargos mais altos sempre possuem mais poder do que aqueles que ocupam os cargos mais baixos da hierarquia.
Esse jogo entre funcionário e gerente coloca uma barreira difícil de quebrar na comunicação entre os diferentes níveis. Por essa razão, costuma-se associar a estrutura geral da gestão vertical com o desenho de uma pirâmide. As decisões e informações vêm do tipo da pirâmide até a base dela, sem possibilidades de diálogo ou participação.
Assim como uma pirâmide, a gestão vertical possui uma estrutura rígida. Os departamentos e funcionários sabem qual o seu papel e quais são os limites do seu trabalho. Qualquer desvio ou mudança proposta precisa passar pela aprovação de um gerente direto ou um executivo.
Por um lado, as estruturas verticalizadas podem facilmente ser dimensionadas. Portanto, quando a empresa cresce, é fácil saber o número de funcionários e de gerentes necessários. Por outro lado, com uma grande quantidade de gerentes, o ambiente de trabalho torna-se altamente supervisionado e de baixa autonomia.
Qual o diferencial da gestão horizontal?
A proposta da estrutura horizontal é o completo oposto da gestão vertical: nela, compartilha-se o poder. Ou seja, não são somente aqueles que ocupam os cargos executivos que podem decidir sobre o direcionamento do trabalho da empresa. Dessa forma, a gestão horizontal é conhecida também como uma gestão mais democrática.
Isso não significa que não exista um diretor executivo comandando a empresa. Mas que existem menos gerentes (ou nenhum) fazendo a supervisão e a intermediação entre o executivo e os funcionários operacionais. O papel dos gerentes é orientar o direcionamento do projeto, evitar erros de planejamento e execução e mediar a troca de ideias e conflitos dentro da equipe. Como resultado, os funcionários têm mais autonomia no seu trabalho e, consequentemente, mais liberdade criativa no seu dia-a-dia.
Para que essa estrutura seja bem sucedida, ela deve fundamentar-se na boa comunicação. Em uma organização horizontal a comunicação é ampla e irrestrita. Isso significa que funcionários de diferentes departamentos podem dialogar e discutir mudanças nos seus trabalhos, da mesma forma, podem facilmente entrar em contato com gerentes e com o próprio gerente executivo. Para que essa estrutura de comunicação funcione, é comum que empresas de gestão horizontal utilizem aplicativos como o Slack ou Trello. Nessas plataformas, é possível comunicar-se com toda a equipe, conferir as atualizações do projeto e conferir as prioridades e acontecimentos do dia.
Toda essa estrutura possibilita uma dinâmica mais rápida do trabalho. A tendência é que a toma de decisões aconteçam com mais rapidez, uma vez que não precisam passar por diferentes níveis hierárquicos. A estrutura aberta e colaborativa faz com que as empresas tenham um número limitado de projetos acontecendo simultaneamente. Por essas características, o modelo horizontal é muito popular entre startups e empresas digitais, como desenvolvedoras de jogos, por exemplo.
Empresas que utilizam a gestão horizontal
O fato de muitas startups adotarem a estrutura horizontal não significa que empresas maiores não utilizem esse modelo de gestão também. O serviço digital de música Spotify usa o modelo horizontal, por exemplo. A sua organização divide-se em “esquadrões” auto-organizados e co-alocados. Já o maior mecanismo de busca no setor de viagens, o Skyscanner também implementou o modelo horizontal. Suas equipes são multifuncionais, possuem alto nível de capacitação e flexibilidade.
A Toyota, gigante do setor automobilístico, adotou um modelo que mistura a abordagem vertical com a abordagem horizontal. A Google é outra multinacional que incorporou aspectos da gestão horizontal, ainda que não tenha abandonado a hierarquia. O mesmo acontece com a Netflix. Em 2018, após a ações da Tesla Motors caírem 25%, Elon Musk, afirmou estar reestruturando a gestão da empresa a fim de torná-la mais horizontal.
Dicas para implementar a gestão horizontal na sua empresa
Se você ficou interessado em adotar o modelo de gestão horizontal na sua empresa, confira a lista abaixo. Nela, separamos 10 pontos chave para formar uma equipe horizontal de sucesso.
- Contrate funcionários que prefiram trabalhar em equipe e que possam resolver os problemas por iniciativa própria;
- Contrate gerentes que saibam como delegar tarefas com eficácia. Além de manter a equipe no caminho certo e moderar o processo de trabalho, se necessário;
- Estabeleça funções e expectativas de forma clara e objetiva;
- Certifique-se de que todos tenham o mesmo entendimento de seu objetivo ao realizar um projeto;
- Não hesite em trazer consultores para te ajudar a estruturar a gestão;
- Trabalhe nas atividades de formação de equipes em sua organização;
- Reúna a equipe para reavaliar o seu progresso e dar feedbacks constantemente;
- Crie mais incentivos para motivar os funcionários;
- Incentive mais parcerias interdepartamentais e até mesmo com outras empresas;
- Implementar procedimentos padronizados para ajudar a formular um melhor entendimento do que se espera de cada departamento.