Um trabalho acadêmico fica mais completo com o uso de gráficos e outras imagens que ajudam o autor a expressar suas ideias para o leitor. No entanto, é importante tomar alguns cuidados ao acionarmos estes elementos visuais no texto, especialmente para adequar o trabalho nas regras da ABNT.
Neste artigo, vamos tirar as dúvidas sobre a utilização de gráficos em trabalhos acadêmicos e como formatá-los às normas. Confira!
O que são gráficos?
Existem várias formas de apresentar dados numéricos num documento. Você pode apresentá-los no meio do texto ou reuni-los numa tabela, por exemplo. No entanto, essas duas opções nem sempre são as mais práticas e fáceis de entender, especialmente se você está lidando com uma grande quantidade de dados (ou resultados). Com isso, fica ainda mais difícil analisá-los.
É aí que entram os gráficos.
Em suma, gráficos são representações visuais (imagens) que representam dados numéricos coletados ou resultados já computados. Por estarem todos contidos em uma imagem, os dados ficam mais fáceis de se ler e compreender.
Dependendo do tipo de dado e da classificação deles, o gráfico pode ser representado de uma forma diferente. Abaixo, listamos os três tipos mais usados em trabalhos acadêmicos:
Gráfico de pontos e de linhas
Também conhecido como dotpoint em inglês, esse tipo de gráfico utiliza pontos para mostrar os dados no eixo ordinal (isto é, as categorias são relacionadas entre si) do plano cartesiano. Uma boa forma de representar dados de tabela de forma resumida, especialmente no que diz respeito à distribuição de dados em categorias.
Embora o gráfico de pontos não seja tão popular, a variação com linhas ligando os pontos com certeza é uma das mais conhecidas. Utiliza-se o gráfico de linhas principalmente para representar tendências ao longo de um período de tempo.
Gráfico de barras
Similar ao gráfico de pontos, a representação em barras tem como objetivo comparar os dados coletados de categorias opostas ou não relacionadas. Na sua representação, utilizam-se retângulos da mesma largura e cuja altura depende do volume de dados de cada categoria.
Também é conhecido como histograma, que tem origem na junção de dois termos gregos: istos (mastro) e gramma (escrita).
Gráfico de setor circular
Mais conhecido como gráfico pizza, trata-se de um gráfico circular que tem duas áreas divididas de acordo com a quantidade de dados de cada categoria. Recomenda-se usar esse tipo de gráfico para realçar proporções nos dados.
Ah, e para garantir a boa visualização dos dados, evite usar mais que 16 categorias/setores por gráfico.
A utilização gráficos no seu trabalho acadêmico
Os gráficos sempre apareceram em trabalhos acadêmicos em científicos, mesmo antes das facilidades tecnológicas que geram gráficos automáticos após o preenchimento dos dados. Isso porque os gráficos, assim como as tabelas, são formas dinâmicas e simplificadas de apresentar informações relevantes para o leitor. Muito utilizados em trabalhos que realizam análise de dados, os gráficos apresentam informações referentes a um intervalo pré-determinado pelo seu autor.
Apesar de ser uma ferramenta bastante simples na maior partes das vezes, um bom gráfico pode condensar uma série de informações relevantes que exigiria um texto muito longo ou complexo para explicar. Dessa forma, o gráfico traz mais dinâmica ao mesmo tempo em que sinaliza pontos importantes sobre o assunto discutido para o leitor.
Embora a Associação Brasileira de Normas Técnicas (a ABNT) possua algumas diretrizes sobre a inclusão de gráficos em trabalhos acadêmicos (como você poderá ver detalhadamente abaixo), ela não determina preferências nos tipos de gráficos incluídos no trabalho. Dessa forma, o estudante deve pensar sobre que configuração de gráfico melhor expressa as informações necessárias, tanto na sua forma como nas suas cores.
Ainda assim, os gráficos de linhas, barras e pizza são os mais utilizados em trabalho. O motivo para isso que são imagens que possuem fácil leitura e também por serem facilmente criadas através das ferramentas de criação de planilhas, como o Microsoft Excel ou o Planilhas Google.
Quais as regras da ABNT sobre a inclusão de gráficos e outras figuras?
Segundo a normativa da ABNT, os gráficos fazem parte da categoria figura, que inclui também fotografias, mapas, desenhos, fluxogramas, organogramas e outros tipos de imagens ilustrativas. Estas figuras podem ser incluídas no corpo do texto ou incorporadas diretamente no anexo do trabalho, sempre com indicação no corpo do texto, quando são referenciadas no desenvolvimento do trabalho.
De acordo com as normas da ABNT, as figuras adicionadas ao texto devem ser centralizadas na página em que se encontra, possuindo um tamanho adequado para a visualização dela pelo leitor. Além disso, é obrigatório a titulação e numeração de todas as figuras na ordem em que aparecem no trabalho. Assim, quando o texto discute uma figura específica, seja ela um gráfico, fotografia, mapa, etc., o leitor poderá acompanhar a leitura vendo a imagem indicada.
Assim, a titulação da figura deve ser precedida pela expressão “Figura”, a sua numeração e um travessão (-). A formatação deste texto deve ser feito na fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12. Confira o exemplo:
Outro detalhe é que todos os títulos e numeração das figuras utilizadas deverão ser compilados em uma lista e adicionada entre os elementos pré-textuais do trabalho. A chamada Lista de Figuras é uma espécie de sumário destinado somente ao conteúdo visual (exceto as tabelas, que recebe um lista própria) do trabalho. Confira um exemplo:
Logo após a figura, deve-se também informar qual a fonte de origem na legenda da imagem, mesmo se a figura for de autoria própria do autor do texto. Junto a fonte, pode-se também incluir notas ou outras informações que ajudem o leitor a compreender a imagem.
Estas legendas devem acompanhar a fonte do texto do trabalho, mas no tamanho 10.
Cuidados na hora de adicionar gráficos no seu trabalho acadêmico
Agora, confira alguns cuidados a serem tomados na hora de escolher e incluir gráficos no seu trabalho acadêmico.
Quantas figuras adicionar?
Não existe regra que determine um número mínimo nem máximo de figuras no trabalho.
Mas, lembre-se que toda figura adicionada ao trabalho precisa ter uma razão para estar ali justificada no texto. Num trabalho relacionado às artes visuais, onde se analisa obras de arte, por exemplo, é normal que existam muitas imagens. Por outro lado, em um trabalho sobre literatura, é comum a ausência ou o baixo número de figuras. Tudo vai depender sobre o tema do trabalho e da pertinência das figuras nele.
Para gráficos produzidos por terceiros, não esqueça de citar a fonte!
Como já citamos antes, gráficos retirados de outros estudos ou publicação que forem adicionados ao trabalho devem ser devidamente referenciados. As fontes originais devem aparecer tanto na legenda da imagem como também na parte de referências do trabalho, que aparece nos elementos pós-textuais.
Além disso, a citação vai depender do tipo de fonte, podendo ser de um livro, monografia, artigo ou outras formas de publicação. Para conferir como referenciar cada tipo de formato, confira a normativa NBR 6023 da ABNT.
Atenção para a qualidade da imagem e outros elementos visuais!
Quando estamos falando de um elemento visual que vem dar suporte para a argumentação ou para as informações apresentadas em um texto, precisamos prestar atenção em como apresentamos estas informações. É importante ficar atento à qualidade da imagem, assim como a sua composição.
Dê preferência para imagens mais simples, com boa distinção de cores pelas categorias do gráfico e um fundo limpo. Além disso, um cuidado com a escala do material é fundamental. Gráficos muito pequenos podem apresentar dificuldades para o leitor, especialmente se tiver muitas informações.
Esperamos ter tirado todas as suas dúvidas sobre o uso de gráficos e outros elementos visuais de acordo com as regras da ABNT. Continue acompanhando nossos conteúdos para mais dicas!