Existem pessoas que parecem ter um brilho natural que atrai as pessoas e transforma o ambiente assim que entram nele. No ambiente corporativo, essas pessoas mantêm as pessoas alegres e motivadas para trabalhar. Como resultado, as metas são alcançadas com mais rapidez e o trabalho ganha em qualidade.
Por outro lado, existem pessoas que conseguem causar o sentimento oposto quando entram em um ambiente. É o caso, por exemplo, do chefe que possui um comportamento tóxico, que tem o poder de diminuir o bem-estar dos membros da sua equipe de trabalho. Assim, o seu comportamento impacta diretamente na saúde das pessoas e na produtividade do trabalho.
A grande diferença entre esses dois exemplos tem um nome: inteligência interpessoal. Essa é uma habilidade que pode ajudar muito a sua carreira e a sua vida em geral. Por isso, ela é o tema do artigo de hoje. Vamos falar o que é a inteligência interpessoal e como desenvolver essa habilidade. Confira!
A Teoria das Inteligências Múltiplas
A inteligência interpessoal é uma das 9 inteligências descritas pelo psicólogo e professor da Universidade de Harvard, Howard Gardner na sua Teoria das Inteligências Múltiplas. Ele formulou essa teoria em 1968, mas é até hoje revisada e ampliada por Gardner. Mas sobre o que ela fala?
Na Teoria das Inteligências Múltiplas, Gardner afirma que existem pelo menos 9 maneiras diferentes de os seres humanos entenderem o mundo. Cada forma é chamada de inteligência. A princípio, Gardner concluiu que a inteligência humana se dividiria em sete grupos, sendo eles:
Inteligência Lógico-Matemática
Que se refere às capacidades de processar informações e operações. Está ligada ao raciocínio lógico;
Inteligência Linguística
Que se refere às capacidades ligadas à comunicação nos seus diferentes meios, como a fala e a escrita, por exemplo;
Inteligência Espacial
Refere-se às capacidades de um indivíduo de conceber e manipular diferentes tamanhos de matrizes espaciais;
Inteligência Físico-Cinestésica
Refere-se às capacidades de realizar movimentos corporais coordenados a fim de realizar determinada ação;
Inteligência Musical
Refere-se à capacidade de identificar e sentir padrões musicais, como ritmo, altura, tom, melodia, metro e timbre;
Inteligência Intrapessoal
Refere-se à percepção e desenvolvimento de si mesmo, aos seus sentimentos e objetivos;
Inteligência interpessoal
Por outro lado, refere-se à percepção das outras pessoas.
Mais recentemente, Gardner apontou mais dois grupos presentes na inteligência humana:
Inteligência Natural
Refere-se à capacidade de reconhecer e classificar elementos da natureza; e
Inteligência Existencial
Refere-se à capacidade de se aprofundar em aspectos existenciais da vida.
A habilidade de se relacionar com os outros
Na seção acima, fizemos um pequeno resumo sobre cada uma das inteligências descritas por Gardner. Já nesse tópico, vamos nos aprofundar no conceito e os desdobramentos da inteligência interpessoal.
De acordo com Gardner, a inteligência interpessoal se refere à habilidade de um indivíduo entender e lidar com outras pessoas. Ou seja, segundo o autor, a inteligência interpessoal permite que as pessoas administrem com sucesso o seu relacionamento com os outros.
Uma pessoa com inteligência interpessoal é hábil em gerenciar relacionamentos e negociar quando conflitos acontecem. Nesse sentido, políticos, professores, terapeutas, diplomatas e vendedores são profissionais onde essa habilidade é mais do que bem-vinda. Ela é importantíssima para o desenvolvimento e destaque desses profissionais nas suas carreiras.
É muito comum que as pessoas associam a inteligência interpessoal à uma boa comunicação, mas esse não é bem o objetivo dela. Na verdade, a inteligência interpessoal está ligada ao entendimento do mundo interior das pessoas, muito relacionado à empatia. Assim, reconhecer o sentimento, de identificar e encontrar soluções para o problema dos outros; assim como dar respostas adequadas a determinadas situações são algumas expressões da inteligência interpessoal.
Como desenvolver a sua inteligência interpessoal
Embora a inteligência interpessoal pareça natural para alguns, não quer dizer que ela não pode ser aprendida por outras pessoas. Abaixo, separamos 4 práticas fundamentais para desenvolver a inteligência interpessoal para inserir no seu dia-a-dia.
1. Pratique a escuta ativa
A primeira dica para desenvolver a sua inteligência interpessoal não poderia ser outra. A escuta ativa é uma prática que envolve não só escutar o que as pessoas têm a dizer, mas se mostrar aberto e interessado em ouvi-las. Dessa forma, evite julgamentos, interrupções ou impor o seu ponto de vista sobre o assunto da conversa. Como resultado, você estará criando um espaço de comunicação seguro e confiável, permitindo a pessoa a se abrir e a se comunicar efetivamente com você.
2. Atenção também para a comunicação não-verbal
A transmissão de uma mensagem pode acontecer de diversas formas, não só pela comunicação verbal. Assim, o tom de voz, expressão facial, postura e gestualidade são algumas outras maneiras como as pessoas podem demonstrar as suas emoções, mesmo que elas não estejam expressas na sua fala. Estar atento à linguagem não-verbal pode ajudá-lo a identificar e entender o humor e as emoções das pessoas com que você se comunica. Isso permite que você ajuste o seu comportamento ao estado emocional da pessoa e se conecte melhor com ela.
3. Envolva-se em atividades cooperativas
Atividades cooperativas são ótimas oportunidades de desenvolver a inteligência interpessoal. São nesses momentos em que as habilidades sociais, como a empatia e a resolução de conflitos são colocadas em prática. Além disso, há uma maior complexidade, já que se está lidando com um grupo de pessoas. Ao observar os diferentes estilos de trabalho, busca-se uma dinâmica que se adapte a todos os envolvidos. De modo a integrar diferentes características e potencialidades a um único objetivo.
4. Exercite a empatia
Empatia refere-se ao ato de identificar-se emocionalmente com uma pessoa. Em suma, ter empatia é colocar-se no lugar das pessoas, compreendendo o seu ponto de vista e levando em consideração as suas características ao lidar com uma situação. Não significa anular os próprios sentimentos em função dos outros. Mas sim de deixar-se envolver e aproximar do outro a partir de uma determinada situação relatada.