Profissões femininas: 9 carreiras onde as mulheres se destacam

As mulheres não são maioria no mercado de trabalho hoje em dia, mas representam a maior parcela de profissionais com ensino superior. Os dados são do Censo de Educação Superior 2020, que revela não só que a taxa de matrícula entre mulheres é maior, mas também o de conclusão. Dentre os profissionais que se formam em cursos de graduação de todo o país, 43% são mulheres, contra 35% de homens.

O acesso às universidades teve impacto sobre a inserção das mulheres no mercado, fazendo com que o perfil de algumas profissões mudassem. No entanto, isso não significa que a distribuição de alunas por curso é uniforme. Elas ainda são minoria nos cursos de ciências exatas, enquanto são maioria absoluta nos cursos voltados ao cuidado e educação.

Neste artigo, falamos sobre algumas profissões em que predomina a presença feminina e também aquelas mais buscadas pelas mulheres atualmente. Confira!

1. Professora

A carreira de docente nem sempre está entre as mais prestigiadas, mas com certeza é uma das mais importantes para a sociedade. E trata-se de uma carreira predominantemente feminina.

A diferença entre o número de mulheres e de homens na área da educação é notável, especialmente quando falamos sobre educação básica. De acordo com o Censo da Educação Superior 2020, as mulheres representam 72,8% dos matriculados em cursos de licenciatura, contra 27,2% dos homens. E quando falamos dos profissionais formados e atuantes na área, a diferença é ainda maior: segundo o Censo Escolar 2020, as mulheres são 81% dos docentes de escolas regulares.

No entanto, vale ressaltar que, ao avançar dos níveis de ensino, o número de mulheres docentes diminui. Na educação infantil, elas são 96% dos professores, já no ensino médio, o percentual cai para 58%.

2. Enfermeira

Responsável pela assistência direta a pacientes, a enfermagem é uma profissão essencial na saúde e bem-estar da população.

Muitas pessoas não sabem, mas trata-se de uma profissão construída e desempenhada historicamente por mulheres. De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), as mulheres constituem 85% da força de trabalho na área em todo o país.

3. Assistente social

São poucas as profissões com onde a presença feminina é igual ou maior do que a de assistente social. As mulheres são 97% dos profissionais da área – isto é: entre 10 assistentes sociais, 7 são mulheres e somente 3 homens.

A razão pela qual o serviço social se tornou uma profissão feminina está na sua origem. Pois a profissão surgiu com o intuito de atenuar os conflitos sociais na sociedade, com forte presença das igrejas e já visando a força de trabalho das mulheres.

Hoje, a área do serviço social é responsável pela análise, elaboração, coordenação e execução de planos para que as políticas públicas sejam acessíveis à população. Assim, a assistente social é a profissional que presta apoio para que a população viva em condições plenas, conforme a Constituição Federal.

4. Fisioterapeuta

Mais uma profissão voltada para a saúde e o cuidado, a fisioterapia é outra área formada principalmente por mulheres. O percentual de mulheres profissionais também é acima dos 80% e, de acordo com o Censo de Educação Superior, elas são 79%.

Uma fisioterapeuta faz diagnóstico e tratamento de distúrbios de movimento no corpo gerados a partir de alterações genéticas, traumas ou doenças adquiridas. Sempre com o objetivo de restaurar ou preservar a qualidade de vida e autonomia dos seus pacientes através de terapias físicas.

5. Psicóloga

A psicologia é uma profissão feminina: é isso que indica o Conselho Federal de Psicologia, ao apontar que 89% dos profissionais da área são mulheres.

Os dados do Censo de Educação Superior de 2017 concordam: as mulheres representam 80% dos matriculados no curso por todo o Brasil. Além disso, o curso de psicologia é o sétimo na lista dos mais buscados por elas.

A psicóloga é a responsável pela compreensão de comportamentos e funções mentais da psique humana. Ela atua não só na prevenção e tratamento de doenças mentais, mas na melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos pacientes.

6. Agente de Recrutamento e Seleção

Compondo 75% dos profissionais, é inegável que as mulheres dominam a área de Recursos Humanos. Contudo, na contramão de várias profissões voltadas para a gestão, vemos a presença dessas profissionais não só nas posições operacionais, mas também nas de liderança. Segundo levantamento feito pela Bureau of Labor Stati, 73% dos gerentes de Rh são mulheres.

A razão para isso está nas transformações da área, que deixou de se focar somente nas questões burocráticas. Atualmente, o foco da área está, de fato, nas relações humanas dentro do ambiente de trabalho, o que atraiu mais atenção de mulheres.

7. Contadora

Uma contadora é a profissional responsável pela organização financeira de pessoas, empresas e outras instituições. Assim, sua função é cuidar de questões tributárias, encargos, e administra dados financeiros.

Diferente das profissões que mencionamos anteriormente, a contabilidade é uma área com atuação historicamente masculina. Mas o cenário da contabilidade no Brasil está mudando.

De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em 1996 as mulheres representavam 27,45% dos profissionais da área, contra 72,55% dos homens. Já em 2019, o percentual de mulheres contadoras foi 42,79%. A tendência para os próximos anos é o crescimento desse número. Pois, segundo os dados do Censo de Educação Superior de 2017, nos cursos de graduação em ciências contábeis 57% dos estudantes são mulheres.

8. Administradora

Responsável pelo funcionamento de uma empresa privada ou organização pública nos seus mais diversos setores. Cabe à profissional planejar, organizar, controlar e coordenar as ações necessárias para que a empresa consiga funcionar e alcançar suas metas.

Segundo o Censo de Educação Superior 2017, Administração possui terceiro maior número de matrículas de mulheres (e também em matrículas no geral). Atualmente, elas representam 55% dos alunos do curso. Apesar do número ser bem menor do que os cursos de licenciatura ou de enfermagem, por exemplo, ele representa uma mudança na carreira.

Pois a administração é uma profissão historicamente masculina. Ainda hoje os homens são maioria nessa profissão, mas a presença de mulheres cresceu nas últimas décadas. De acordo com os conselhos federais e regionais, a participação feminina na administração saiu de 21% em 1994 para atingir 35% em 2011.

Vale notar, no entanto, que apesar das mulheres na profissão serem muitas, ainda há muito poucas delas ocupando cargos em conselhos e diretorias. Nos últimos anos, os números cresceram, mas ainda estão bem longe do desejado (e daqueles praticados no exterior).

9. Arquiteta

Por último, a arquitetura é outra profissão onde os homens eram maioria e, por isso, tinham protagonismo. Isso fez com que muitas arquitetas tivessem suas contribuições apagadas da história ou que fossem obrigadas a ocuparem cargos considerados menores.

Hoje em dia, a presença de mulheres matriculadas em curso de Arquitetura e cadastradas no conselho de classe está na mesma faixa: acima dos 60%. O cenário geral mudou mas, como em outras profissões, as mulheres continuam sendo menor número em conselhos e em cargos de chefia e liderança. Também não podemos deixar de mencionar o desestímulo às mulheres para que elas assumam condução e supervisão de canteiros de obras.