Quanto ganha um advogado?

A profissão de advogado está entre as três mais bem pagas do país, com salários que variam entre R$ 5 e R$ 40 mil mensais. Altos salários, estabilidade e um amplo campo de atuação são algumas das características da profissão que atraem cada vez mais interessados.

Em 2017, o curso de direito foi um dos mais procurados pelos estudantes, de acordo com o Censo da Educação Superior, divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Apesar da concorrência, o mercado brasileiro consegue absorver grande parte de seus advogados. Isso porque, o curso de direito prepara o profissional para atuar em diferentes áreas. É um curso que abre portas no mercado de trabalho.

Um advogado pode atuar no direito empresarial, civil, familiar, criminal, internacional, tributário, entre outros. Sem contar as oportunidades no setor público, que oferece boas oportunidades tanto no direito quanto em áreas correlatas, onde é necessária apenas a formação em nível superior.

Em 2018, os salários dos advogados brasileiros devem registrar uma variação positiva. É o que afirma o relatório da Consultoria de Recrutamento Robert Walters, divulgado recentemente pela Revista Exame. O cargo mais sênior analisado pelo relatório pode faturar neste ano um montante de R$ 530 mil.

Confira abaixo informações mais detalhadas de quanto ganha um advogado.

Piso salarial e jornada de trabalho de um do advogado

No Brasil, apenas cinco estados possuem valores fixados de piso salarial para advogados definido por lei: Distrito Federal, Mato Grosso, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.

No Distrito Federal paga-se o maior salário: R$ 3.561 por uma jornada de trabalho de oito horas por dia. Já no Mato Grosso, um advogado recebe R$ 2.324 pela mesma quantidade de horas trabalhadas. O estado do Rio de Janeiro não determina legalmente a jornada de trabalho, apenas o piso salarial que atualmente é de R$ 2.684.

Os demais estados seguem tabelas sugeridas pelas próprias OAB’s locais. O estado do Rio Grande do Sul oferece o maior piso salarial da categoria: R$ 6.620 mensais. No Acre, o piso é de R$ 1.920, o mais baixo do país. Já em São Paulo, os valores são calculados de acordo com o tempo que o candidato tem dentro da OAB. Até um ano na entidade, o piso é de R$ 2.774. Entre dois a quatro anos, R$ 4.250. Acima de seis anos R$ 5.215.

Média salarial de um advogado

Advogada no escritório

O salário médio de um advogado pode variar muito, dependendo do porte da empresa em que ele trabalha, a jornada de trabalho realizada e a área de atuação no direito. Segundo a Consultoria de Recrutamento Robert Walters, um advogado sócio de escritório pode faturar por ano mais de R$ 240 mil. Já um associado nível sênior, ganha entre R$ 130 mil a R$ 340 mil anuais. Um associado nível pleno pode ter rendimentos que variam entre R$ 85 mil e R$ 140 mil. E a nível júnior os rendimentos giram em torno dos R$ 100 mil por ano.

Ainda de acordo com a Consultoria, um cargo de Gerente Jurídico Sênior em uma empresa é de R$ 345 mil anualmente. Advogados nível sênior ganham entre R$ 95 e R$ 205 mil por ano, nível pleno em torno de R$ 140 mil e a nível júnior até R$ 95 mil anuais.

Já no site Love Mondays, plataforma online que reúne dados de empresas e salários do país, advogados nível júnior recebem em torno de R$ 3.656 mensal. Os de nível pleno ganham por mês R$ 6.924 e os de nível sênior R$ 9.237.

As áreas do direito que pagam os melhores salários são a do direito empresarial e tributário. Os advogados nível sênior nessas áreas chegam a receber até R$ 20 mil mensais.

Confira abaixo a tabela completa divulgada pela Revista Exame com valores de salários de advogados de diversas áreas e níveis de experiência:

Quanto ganha um advogado em empresas de pequeno porte

Advogado trabalhista

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 2.500 a R$ 3.200;
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 3.000 a R$ 4.7000;
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 4.500 a R$ 10.000.

Contencioso cível

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 2.800 a R$ 4.500;
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 4.200 a R$ 7.800;
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 7.500 a R$ 10.000.

Contencioso tributário

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 2.800 a R$ 4.500;
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 4.200 a R$ 7.800;
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 7.500 a R$ 10.000.

Consultivo tributário

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.500 a R$ 5.000;
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 5.000 a R$ 7.500;
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 7.000 a R$ 10.000.

Empresarial M&A

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.500 a R$ 5.000;
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 5.000 a R$ 7.500;
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 7.200 a R$ 12.000.

Imobiliário

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.200 a R$ 4.700;
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 4.000 a R$ 6.500;
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 6.000 a R$ 12.000.

Quanto ganha um advogado em empresas de médio porte

Advogado trabalhista

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.100 a R$ 4.500;
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 3.300 a R$ 5.500;
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 6.000 a R$ 10.500.

Contencioso cível

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.300 a R$ 5.000;
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 4.800 a R$ 8.500;
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 8.000 a R$ 11.000.

Contencioso tributário

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.300 a R$ 5.000;
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 4.800 a R$ 8.500;
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 8.000 a R$ 11.000.

Consultivo tributário

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.500 a R$ 5.000;
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 5.000 a R$ 9.500;
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 9.000 a R$ 16.000.

Empresarial M&A

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.500 a R$ 5.000;
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 6.000 a R$ 9.000;
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 9.000 a R$ 18.000.

Imobiliário

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.500 a R$ 5.500;
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 5.500 a R$ 9.000;
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 8.000 a R$ 16.000.

Quanto ganha um advogado em empresas de grande porte

Advogado trabalhista

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.000 a R$ 4.200
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 4.000 a R$ 8.000
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 6.000 a R$ 12.000

Contencioso cível

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.000 a R$ 5.500
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 5.000 a R$ 9.000
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 8.800 a R$ 13.000

Contencioso tributário

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.000 a R$ 5.500
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 5.000 a R$ 9.000
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 8.800 a R$ 14.000

Consultivo tributário

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.800 a R$ 6.000
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 6.000 a R$ 11.000
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 10.000 a R$ 18.000

Empresarial M&A

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.800 a R$ 6.000
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 6.000 a R$ 11.000
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 10.000 a R$ 20.000

Imobiliário

  • Júnior (1 a 3 anos): R$ 3.800 a R$ 5.500
  • Pleno (4 a 7 anos): R$ 5.500 a R$ 9.000
  • Sênior (7 anos ou mais): R$ 10.000 a R$ 18.000

Como é a carreira e o mercado de trabalho de um advogado

Reunião de advogados

O Brasil é um dos países com maior densidade de advogados por habitante. Para cada grupo de 209 pessoas, uma delas é advogado. Nos Estados Unidos, esse índice é de 246 habitantes por profissional. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estima que o país possui mais de 1 milhão de advogados.

Para ser advogado no Brasil é preciso ter formação em direito. Para obter o diploma é obrigatória a realização de estágio supervisionado e a entrega de uma monografia. Mesmo assim, para exercer a profissão, o advogado necessita ser aprovado no exame da OAB e se filiar a entidade, contribuindo anualmente com uma quantia em dinheiro.

Após cumprir todas as exigências para exercer a profissão legalmente, o recém-formado pode buscar as oportunidades que mais se encaixam no seu perfil. É interessante que o profissional busque uma especialização em alguma área do direito assim que concluir a graduação para driblar a alta concorrência pelas vagas.

A Consultoria de Recrutamento Robert Walters informou em seu relatório anual que em 2018 as maiores oportunidades para os advogados estarão nas áreas das fusões e aquisições (M&A), societário e mercado de capitais. Outra área que estará aquecida é a trabalhista, graças a recente reforma da lei.

O relatório informa ainda que a área tributária também deve passar por um bom momento de contratações, já que a alta carga tributária brasileira exige uma demanda constante por profissionais do setor.

Como ser a última bolacha do pacote no mercado de trabalho

Provavelmente você já ouviu essa expressão: “a última bolacha do pacote”. Ela faz referência aquilo que é muito desejado e disputado. E a mesma coisa de ser a “cereja do bolo”. Os profissionais do direito precisam ter em mente que em um mercado tão acirrado não basta, apenas, ter um diploma. É preciso se destacar dos demais, ser cobiçado. Por isso, aqui vão algumas dicas para ajudá-lo nessa missão:

1. Demonstre sua voracidade

Empresas e escritórios de advocacia apreciam muito profissionais que demonstram apetite pelo lado comercial. Captar novos clientes é o grande filão desse item. Aproveite para demonstrar sua visão de negócios.

2. Blinde seu estômago

Esteja certo de uma coisa: como advogado você precisará engolir muita coisa e ter um bom estômago para digerir toda a competitividade do ramo. Além, é claro, de muito jogo de cintura para saber lidar com todo tipo de pessoa e hierarquias. Desenvolva sua diplomacia e habilidade política.

3. Arregace as mangas

Outro perfil muito apreciado é do advogado que arregaça as mangas, põe a mão na massa e se dedica a diversas funções. Ficar atrelado somente naquilo que você foi contratado para fazer pode não ser muito bem visto, além do mais não se esqueça da competitividade atrás de você. Quem mais se destacar, mais será lembrado.

4. Invista em outro idioma

Muitas empresas estão encontrando dificuldades em contratar profissionais com inglês fluente. Essa é uma necessidade na área e investir seu tempo e dinheiro em outro idioma pode favorecer muito sua carreira.

Onde estudar direito?

Com tantos advogados no país, certamente deve existir uma estrutura acadêmica proporcional. Se você pensou nisso, acertou. O Brasil é o país com o maior número de cursos de direito do mundo. São 1174, para ser mais exato. Para ter uma ideia da grandeza desses dados, os Estados Unidos, que possui uma população bem maior que a nossa, tem apenas 280 cursos de graduação na área.

Existem alguns fatores histórico-sociais que impactam diretamente nesses números. As escolas de direito ajudaram a formar a elite brasileira na época da República Velha. Quem estudava direito obtinha a possibilidade de emergir social e financeiramente. Era uma profissão de status e poder. Contudo, o tempo passou e muitas coisas mudaram. Hoje em dia, muitos estudantes buscam o curso de direito por acreditarem que o curso oferece uma porta de entrada mais fácil para o mercado de trabalho.

Seja como for e deixando os aspectos históricos de lado, vamos conferir abaixo as melhores faculdades de direito do Brasil definidas segundo o Ranking Universitário da Folha de São Paulo:

  1. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG – MG)
  2. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ – RJ)
  3. Universidade de São Paulo (USP – SP)
  4. Escola de Direito de São Paulo (DIREITO GV – SP)
  5. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP – SP)
  6. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE – PE)
  7. Universidade de Brasília (UNB – DF)
  8. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS – RS)
  9. Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE – SP)
  10. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ – RJ)
  11. Universidade Federal do Paraná (UFPR – PR)
  12. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC – SC)
  13. Escola de Direito do Rio de Janeiro (DIREITO RIO – RJ)
  14. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS – MG)
  15. Universidade Federal da Bahia (UFBA – BA)
  16. Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU – SP)
  17. Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS – RS)
  18. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP – SP)
  19. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO – RJ)
  20. Universidade São Francisco (USF – SP)

Um advogado precisa estar atento a muitos detalhes se deseja construir uma carreira sólida e promissora. O mercado é feroz e não dá conta de profissionais acomodados. Para ser bem pago na área agregue ao seu diploma habilidades exclusivas e autênticas. Um pouco de ambição também não fará mal a ninguém.