Aqui estão 8 razões para deixar o vício no trabalho

A ideia de que alguém possa ter um vício no trabalho ganhou popularidade nas últimas décadas, mas já existe há algum tempo. Em 1968, o psicólogo Wayne E. Oates cunhou o termo viciado no trabalho ou, em inglês, workaholic para designar alguém que tem “a necessidade incontrolável de trabalhar incessantemente”. Para Oates, este tipo de relacionamento de uma pessoa com o trabalho é um vício semelhante ao alcoolismo ou ao abuso de drogas.

Claro que é importante trabalhar duro, com eficiência e engajamento para ser reconhecido e ascender profissionalmente. Mas existe uma linha entre trabalhar duro e não conseguir parar de trabalhar, mesmo nos seus períodos de folga. Enquanto a primeira situação traz ótimos resultados e um sentimento de realização profissional; a segunda vem acompanhada de diversos efeitos negativos para a sua saúde, que afetam tanto a sua vida profissional quanto a pessoal.

Neste artigo, te falamos 8 razões pelas quais você deveria deixar o vício no trabalho. Confira!

1. Sua vida não deveria se resumir ao trabalho

Tudo o que você faz é trabalhar. Você não tem mais tempo para praticar seus hobbies favoritos ou passar um tempo com seus amigos e familiares. Ao menos, não sem estar constantemente checando o celular por e-mails ou novas mensagens da empresa, ao menos.

Assim, você deixa de fazer as coisas que costumavam gostar e até mesmo muda o seu comportamento, direcionando toda a sua atenção e dedicação aos assuntos relacionados à sua carreira. Com isso, você sente a necessidade de aumentar a sua carga horária. E também não vê problema nenhum em passar todas as horas do seu dia na realização de uma tarefa ou projeto novo.

Se você se sente assim, está definitivamente na hora de tirar uma pausa. Reorganize seus dias e defina uma hora para começar e outra para terminar o seu trabalho ou, se possível, tire férias. Tente se reconectar com as atividades que gostava de fazer antes de mergulhar completamente na sua carreira.

2. Sua saúde física e mental está se deteriorando

A maioria das pessoas viciados no trabalho não tem problema algum em pular uma refeição. Ou trocar uma comida saudável por um lanche num fast food para não perder tempo de trabalho. Deixar de praticar exercícios diários ou dormir algumas horas a menos também não é um problema quando se trata de cumprir suas metas.

Mas é claro que este comportamento possui consequências e, ao longo do tempo, você sente a sua saúde se deteriorar. Hábitos pouco saudáveis combinados com longas horas na frente do computador, somados ao estresse e tensão acumulados do trabalho impactam diretamente no corpo.

Dores de cabeça, fadiga ocular, problemas gastrointestinais, dores nas costas ou em outros pontos localizados e tontura são alguns sintomas diretamente ligados a estes hábitos. A exaustão e o estresse acumulado também levam ao esgotamento físico e mental, que resultam na Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional.

3. Seus relacionamentos interpessoais estão ruindo

É difícil manter um relacionamento com uma pessoa que nunca está presente ou que está sempre com a cabeça em outro lugar. Vícios em geral costumam causar grandes estragos em relacionamentos, seja com familiares, amigos, namorados ou cônjuges.

Isso acontece pois uma pessoa viciada costuma priorizar seu trabalho em detrimento dos seus amigos e familiares. Assim, a pessoa prefere passar tempo trabalhando do que comparecendo a um jantar ou uma festa, por exemplo.

A ausência tem um forte impacto no núcleo familiar, especialmente quando envolve cônjuges e crianças. Por exemplo, uma pessoa viciada no trabalho pode deixar todas as tarefas domésticas para o seu cônjuge, sem levar em consideração que está sobrecarregando-o. Ou perder momentos importantes no crescimento dos seus filhos, o que torna seus laços afetivos mais frágeis.

4. Você tem cometido erros básicos, que levam ao retrabalho

Pessoas que estão passando por uma situação de estresse e tensão prolongada, como é o caso dos viciados em trabalho, precisam lidar com a dificuldade de concentração e outros sintomas físicos e mentais desta situação.

Tudo isso tem impacto direto sobre o dia a dia de uma pessoa, especialmente no trabalho. De repente, tarefas simples se tornaram mais difíceis e erros tornam-se constantes no seu trabalho, mesmo em tarefas feitas com toda atenção. Com isso, o retrabalho, ou seja, a correção parcial ou completa de um trabalho, aparece mais vezes na sua agenda.

5. Por mais que trabalhe, você não vê a sua produtividade e desempenhos aumentarem

Se trabalharmos mais, nossa produtividade e desempenho geral deveriam aumentar, não é? Esta parece uma consequência bastante lógica, mas quando olhamos para a situação a médio e longo prazo, parece que não reflete a realidade.

Atualmente já existem diversos estudos que associam o aumento da produtividade à diminuição da jornada de trabalho semanal – e não o contrário.

Mas porque isso acontece? Por mais amor que temos pelo que fazemos profissionalmente, o trabalho ainda é um ambiente altamente estressante. Nele, há  demanda constante por um alto nível de concentração para que as tarefas sejam feitas e os objetivos e metas alcançados. Mas, ao mesmo tempo que precisamos desempenhar estas atividades, precisamos de momentos de descanso e de lazer.

Para aumentarmos nossa jornada de trabalho, precisamos abdicar do nosso tempo de descanso – afinal, um dia só tem 24h. Quando não há equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, ambas sofrem as consequências. Um funcionário exausto terá mais problemas no seu desempenho.

6. Sua dedicação não é recompensada com uma progressão de carreira 

Talvez você até tenha começado a dedicar tempo e energia no seu trabalho com a intenção de se destacar e ganhar uma promoção mais rápido. Mas o seu esforço constante nem sempre traz bons resultados para a sua carreira, especialmente quando o seu desempenho cai.

Dessa forma, o aumento de salário ou a promoção que você estava desejando ficará mais longe do que você imaginava. Existem outras formas de

7. Seu comportamento tem afetado negativamente a sua equipe de trabalho

Na sua equipe de trabalho, ninguém consegue acompanhar o seu ritmo ou mostra-se tão animado quanto você. Embora trabalhar com uma pessoa empolgada no seu trabalho possa ser contagiante, isso nem sempre é o caso. Especialmente quando se trata de uma pessoa lidando com vício no trabalho.

Na verdade, este comportamento pode acabar desencadeando danos colaterais nos colegas de trabalho. Uma vez que uma pessoa viciada no trabalho tende a ser perfeccionista, ela pode acabar gerando uma carga adicional de estresse – muitas vezes desnecessário – nos seus colegas. Por outro lado, outro efeito deste comportamento é o excesso de competitividade no trabalho, o que torna a equipe desunida e diminui uma queda generalizada da produtividade.

8. Você não conseguirá manter este ritmo para sempre

O excesso de trabalho pode até parecer algo gerenciável no início mas, com o passar do tempo, torna-se insustentável e compulsivo. Continuar com um ritmo intenso, sem espaço para descanso ou para cultivar boas relações interpessoais, pode evoluir para comportamentos muito mais destrutivos. Chegando, por fim, a um esgotamento completo.

Nos últimos anos, diversos estudos foram publicados apontando a relação íntima do vício no trabalho e a síndrome de Burnout. De acordo com estes estudos, pessoas viciadas em seus trabalhos possuem uma probabilidade mais alta de desenvolver um quadro de burnout no futuro.

O que fazer para deixar o vício no trabalho?

Se você se identifica com algumas destas situações listadas acima, existe em você uma compulsão bem nítida por trabalho, e é momento de você agir. A melhor forma é buscar por profissionais como psicólogos para entender porque o trabalho virou motivo para viver e não ser mais seu sustento.