Relatório de horas complementares: o que é e como escrever

Para concluir um curso de graduação, é preciso fazer mais do que assistir aulas, fazer trabalhos e provas. Além de tudo isso, que já ocupa boa parte do tempo e da atenção dos universitários, ainda é preciso realizar outras atividades. Como: fazer o Trabalho de Conclusão de Curso (o temido TCC); realizar estágios obrigatórios, se houver; e realizar atividades complementares.

Mas não é raro encontrar estudantes surpresos ao fim da graduação ao ver que precisa entregar um relatório de horas complementares para conseguir seu diploma. No entanto, assim como o TCC, esta é uma exigência para todos os cursos, independente da área ou do tipo de instituição de ensino.

Mas que atividades são essas e por que elas são consideradas tão importantes para a formação universitária? E, afinal, o que escrever no relatório sobre elas?

Neste artigo, tiramos todas as suas dúvidas sobre o relatório de horas complementares.

Confira!

Mas o que são as atividades complementares?

Em 1994, o MEC (Ministério da Educação) incluiu pela primeira vez atividades complementares na grade curricular dos cursos de Direito. De acordo com a portaria publicada pelo órgão, 5 a 10% da carga horária total do curso seriam destinadas para atividades de pesquisa e extensão universitária.

Nos anos seguintes, todas os cursos de graduação passaram a contar com atividades complementares. O objetivo por traz delas é estimular práticas de estudo independente, que deem mais autonomia profissional e intelectual para o aluno durante a sua formação.

Assim, o aluno deve utilizar essas horas para se engajar em atividades dentro e fora da universidade sobre temas transversais ao seu curso. Dessa forma, ele pode enriquecer seus conhecimentos e habilidades, alargando seus horizontes intelectuais e científicos.

Dentre as atividades complementares mais comuns estão:

  • Iniciação científica
  • Intercâmbio
  • Trabalhos publicados
  • Trabalhos apresentados (em seminários, congressos, simpósios, etc.)
  • Participação em grupos de pesquisa
  • Defesas (de graduação e pós-graduação) assistidas
  • Atuação em monitoria
  • Participação ou organização de eventos acadêmicos/culturais
  • Visitas técnicas
  • Estágios não-obrigatórios
  • Cursos extra-curriculares
  • Atividades de capacitação profissional
  • Atividades culturais (exposições, concertos, cinema, shows, etc.)

E ao fim do curso de graduação, é preciso compilar todas as atividades em um relatório. Nele, o aluno comprova a sua participação e faz uma breve descrição dos objetivos da atividade.

Atenção ao regulamento da instituição de ensino sobre as horas complementares!

O relatório de horas complementares é obrigatório para a conclusão de qualquer curso de graduação feito no Brasil. Mas, cada instituição de ensino tem a liberdade de elaborar o próprio regulamento sobre as atividades complementares. Por isso, não existe um único tipo de relatório.

Assim, o que é permitido em uma instituição pode não ser em outra e vice-versa. Além disso, a quantidade de horas exigidas de atividades podem variar. O número mais comum é de 200h de atividades, mas em alguns casos 180h é o suficiente. Para outros, são exigidas 360h.

Os números podem assustar à primeira vista, especialmente quando consideramos que uma disciplina costuma corresponder a 60h em um semestre. No entanto, ao longo de 4, 5 ou até 6 anos de curso, você com certeza irá participar de uma série de atividades que te darão uma boa quantidade de horas para incluir no seu relatório.

As regras sobre a quantidade de horas de cada categoria de atividades também podem mudar de instituição para instituição.

Em alguns casos, as categorias têm um limite de horas aceitas pela instituição. Por exemplo, assistir a um filme ou concerto vale um número x de horas, mas cada aluno deve apresentar, no máximo, y horas nesse tipo de atividade. A ideia é que o aluno não preencha todas as suas horas complementares com os mesmos tipos de atividades. Mas que tenham contato com diversos tipos de atividades que enriqueçam o seu currículo

Como escrever o seu relatório de horas complementares

1. Conheça os tipos de atividades que são consideradas pela instituição que você estuda

Como já mencionamos antes, cada instituição possui as duas próprias diretrizes sobre as atividades complementares. Mas não é só isso. Os tipos de atividades aceitas também variam de acordo com o curso de graduação.

Então, o primeiro passo é sempre entrar no site da instituição e verificar a quantidade de horas que você precisa cumprir e quais atividades são aceitas.

2. Guarde bem todos os comprovantes e certificados de atividades feitas ao longo do curso

Não são raros casos de alunos que só se lembram das atividades complementares no final do curso, quando chega o prazo de entregá-las. Mas não dá para fazer 200h de atividades no final do seu último semestre, não é mesmo?

O ideal é que ao longo de toda a graduação o aluno se engaje nestas atividades. E, é claro, guarde todos os seus comprovantes e certificados de participação juntos numa pasta física ou virtual. Dessa forma, quando você precisar escrever seu relatório, não perderá tempo procurando os documentos. Ou se desesperará por não tê-los guardado.

3. Preencha o relatório fazendo uma descrição de cada atividade

Ao fazer o relatório de horas complementares, você precisa informar o nome da atividade, a data que foi realizada bem como a quantidade de horas atribuída a ela. Neste último, não deixe de conferir o regulamento da instituição que você estuda. Em muitos casos, quem atribui a quantidade de horas por atividade é a própria instituição. Em outros, é preciso preencher a quantidade de horas especificada no comprovante ou certificado de cada atividade.

Depois, é o momento de fazer um breve relato sobre o que foi desenvolvido durante aquelas horas. A ideia é que você coloque no texto quais foram as suas percepções e de que forma aquela atividade se relaciona com a sua formação.

Pode parecer complicado, mas não é. Você não precisa escrever nada muito elaborado ou longo. No entanto, nada de escrever qualquer coisa!

Lembre-se que este é um relatório importante para a sua formação. Pois esse relatório será conferido e a universidade pode rejeitar as atividades que não achar pertinentes à formação do aluno.

4. Não se esqueça de anexar os comprovantes e certificados ao seu relatório

Lembra daqueles certificados que você guardou? Não se esqueça de anexá-los no seu relatório, pois eles são importantes para provar que você realmente participou daquelas atividades.

Em geral, as instituições pedem que sejam entregues cópias dos certificados, não retendo os originais. Além disso, boa parte delas recebe os arquivos digitalizados, sem a necessidade de imprimir nenhum papel. Então, não deixe de conferir no regulamento de que forma você deve entregar seu relatório e os anexos.

5. Cuidado para não deixar para a última hora e perder os prazos de entrega!

Por último, evite deixar para escrever e entregar seu relatório na última hora. Quando antes você cumprir as horas e entregar seu relatório, melhor. Deixar para fazer isso no final do seu último semestre só vai te trazer dor de cabeça.

Afinal, esse é também o período de finalização, apresentação e entrega de TCC, onde a carga de estresse já é elevada.