Relatório individual do aluno: o que é e como fazer passo a passo

Todo professor de educação básica, seja do ensino infantil, fundamental ou médio, tem entre as suas atribuições a elaboração de um relatório individual do aluno. Em suma, este relatório nada mais é do que um documento onde o professor descreve o desenvolvimento do aluno durante suas aulas. A depender da instituição de ensino, o período descrito pode ser maior ou menor. Em geral, é feito a cada bimestre ou semestre.

Trata-se de uma ferramenta de acompanhamento e comunicação da escola e da família sobre a aprendizagem do aluno. Seu conteúdo é discutido no conselho de classe entre os professores que dão aula para cada turma. Em seguida, uma cópia é entregue às famílias nas reuniões de pais e outra fica arquivada na escola.

No entanto, é normal que professores recém-formados tenham dúvidas e se sintam inseguros na hora de elaborar seus primeiros relatórios. É por isso que neste artigo trazemos um passo a passo e várias dicas de como escrever um relatório individual do aluno. Confira!

Passo a passo de como fazer o relatório individual do aluno

Antes de mais nada, saiba que não existe um modelo único ou oficial sobre como fazer o relatório individual. Cada escola tem liberdade para determinar qual o modelo a ser seguido por todos os professores, incluindo certas informações ou não (decididas em reunião com os professores). O importante é que o conteúdo do relatório seja claro e direto ao ponto, e que a família dos alunos possa compreendê-lo facilmente.

Abaixo, descrevemos passo a passo os pontos mais comuns e que, em geral, não podem ficar de fora de um bom relatório individual do aluno.

Identificação do relatório

Em primeiro lugar, como um documento oficial da escola, ele precisa vir bem identificado. Assim, não se esqueça de informar o nome da escola, do aluno e a sua turma. Ah, não esqueça de incluir o seu nome como professor, sua disciplina e também o período a que o relatório se refere (bimestre ou semestre e ano.)

Dependendo da escola, o nome do coordenador pedagógico também aparece na identificação do relatório.

Comece abordando a proposta de trabalho do período

Antes de começar a falar sobre o aluno, é importante contextualizar a família sobre quais competências foram abordadas ao longo do período nas suas aulas. Então, aponte brevemente as atividades realizadas e os seus objetivos, ou seja, quais eram as expectativas de aprendizagem do aluno. Como se trata de um documento importante também para o acompanhamento do aluno pela escola, não deixe de citar o código BNCC de cada habilidade desenvolvida.

Por não abordar características dos alunos mas das aulas, esta é uma parte do texto que não precisa ser reescrita em cada relatório. É só fazer uma versão e copiá-lo no relatório de todos os alunos daquela turma.

Destaque os pontos fortes do aluno

A forma mais apropriada de começar o parecer individual do aluno é apontar os pontos onde ele se destaca. Ele está empenhado nos estudos? É participativo nas aulas? Solícito em relação às necessidades da aula e dos alunos? Querido pelos colegas de turma?

Reconhecer os pontos fortes do aluno já no início do relatório é muito importante Afinal, este é um documento que será entregue à família, que gosta de saber em quais pontos o aluno se destaca.

Isso não significa que a necessidade de melhoria não será apontada, pelo contrário. No decorrer do relatório elas irão aparecer. Mas nesta parte introdutória, o foco está nos pontos fortes do aluno.

Analise o desenvolvimento do aluno

Agora, é hora de dar mais detalhes sobre o processo de aprendizagem do aluno.

Então, faça um diagnóstico de como o aluno iniciou aquele período letivo, quais eram as suas dificuldades e também as suas facilidades. Durante as aulas, aponte qual foi a sua postura em relação ao que foi desenvolvido. E não se esqueça de descrever quais foram os mecanismos usados na avaliação do aluno durante o período e como o aluno se saiu em cada um deles.

Vale ressaltar que a depender do ciclo em que o aluno se encontra (ensino infantil, fundamental – anos iniciais ou finais – e ensino médio), o foco do relatório muda. Na educação infantil, por exemplo, o mais indicado é dividir o relato em campos de experiência. A partir do ensino fundamental – anos finais, no entanto, divide-se o relato em áreas do conhecimento. Dessa forma, realiza-se uma análise de desenvolvimento por disciplina.

Considerações finais

Por fim, é hora de dar o parecer final sobre o desenvolvimento do aluno. As expectativas de aprendizagem foram alcançadas? O aluno está pronto para a próxima fase de ensino? Se a resposta a esta última pergunta for não, sinalize à família e aponte recomendações do que pode ser feito (aulas de recuperação, acompanhamento de algum profissional…).

Finalize o relatório destacando a importância da parceria entre a família e a escola no desenvolvimento do aluno.

8 dicas para elaborar um bom relatório individual do aluno

Ao longo da escrita do relatório individual do aluno, alguns cuidados devem ser tomados. Afinal, trata-se de um documento oficial da escola entregue aos familiares, que não pode ser escrito de qualquer jeito. Confira 7 dicas para não errar:

  1. Use sempre linguagem clara e acessível, de modo que os familiares possam ler e entender sem problemas.
  2. Nada de enrolação, seja sucinto! Um documento muito extenso requer mais tempo para a escrita do professor e de leitura da família. Portanto, prefira sempre um relatório mais curto, com uma ou duas páginas.
  3. Revise o conteúdo dos relatórios anteriores para observar o histórico de cada aluno, suas dificuldades e características.
  4. Não use adjetivos comparativos ou superlativos ao descrever seus alunos. Não há necessidade em fazer juízo do aluno em relação aos colegas no relatório para a família.
  5. Cuidado com comentários generalistas, seja mais específico. Ao invés de falar que o aluno tem dificuldade em adquirir conhecimento, por exemplo, aponte quais são ele tem dificuldade e quais ele tem facilidade.
  6. Não use descrições estáticas, que não abrem margem para mudanças. Então, não fale que o aluno não consegue fazer algo ou sempre age de determinada maneira.
  7. Exclua palavras agressivas do vocabulário. Então, não aponte que o aluno é desobediente, mimado, egoísta, relaxado, dentre outras…
  8. Nunca faça diagnósticos médicos ou psicológicos dos seus alunos! Se você notar algum sinal em sala de aula, leve o caso à coordenação e faça um encaminhamento para um profissional.