Síndrome do impostor: o que é e quais são as suas características?

Você já se sentiu um impostor? Que nenhum dos seus esforços são suficiente? Que você não merece ser reconhecido pelo que faz? A Síndrome do Impostor tem sido amplamente discutida nos últimos anos, especialmente no ambiente corporativo e acadêmico.

Personalidades como Tom Hanks, Kate Winslet, Emma Watson, Maya Angelou, Neil Armstrong e Michelle Obama já falaram abertamente sobre já terem se duvidado das próprias qualificações e competências dentro da sua jornada profissional.

Mas o que caracteriza a Síndrome do Impostor e porque ela tem se tornado cada vez mais comum entre estudantes e profissionais? Acompanhe nosso artigo para saber mais sobre este fenômeno.

Mas afinal, o que é a Síndrome do Impostor?

A Síndrome do Impostor é uma desordem psicológica que faz com que uma pessoa veja a si mesma como inferior, por mais capacitada que seja em determinado aspecto da sua vida.

Ela desqualifica e subestima as próprias habilidades. Dessa forma, ela encontra outras formas de explicar o seu sucesso, conquistas materiais ou reconhecimento. Pode ser atribuída a uma força espiritual da sua religião. Ou a uma obra do acaso ou da sorte. Ou até mesmo acreditar que este reconhecimento vêm de outras características suas que não são o seu esforço e trabalho. como se tivessem enganado as pessoas ao seu redor para conquistar a sua posição.

Mas esta inferioridade é ilusória. Uma pessoa que tem a Síndrome do Impostor é incapaz de aceitar o próprio sucesso. Dessa maneira, ela se sente como uma fraude, como se estivesse interpretando um papel que não é o seu.

Nos últimos anos, muitos profissionais e pesquisadores de saúde mental tem se voltado a tentar entender os números crescentes da Síndrome. No entanto, o fenômeno já vinha sendo estudado há algumas décadas.

Foi primeiro identificado no final dos anos 1970, numa pesquisa de observação em sessões de terapia de mulheres que atingiram alto desempenho acadêmico e profissional. A pesquisa mostrava que: “Apesar das notáveis realizações acadêmicas e profissionais, as mulheres que vivenciam o fenômeno do impostor persistem acreditando que não são realmente brilhantes e que enganam quem pensa o contrário”.

Embora tenha sido identificado primeiro em mulheres, pesquisas posteriores revelaram que o fenômeno podem ser observado também em homens. Uma pesquisa mais recente apontou que cerca de 70% das pessoas experienciarão pelo menos um episódio da Síndrome do Impostor nas suas vidas. Desta maneira, o fenômeno não afeta só a carreira, mas pode estar presente em outras áreas da vida de uma pessoa.

Quais são as características da Síndrome do impostor?

A percepção de que se pode estar passando por um episódio de Síndrome do Impostor costuma ser difícil e raro. É comum que uma pessoa reconheçam que outras pessoas têm a síndrome. No entanto, quando se trata delas mesmas, o reconhecimento é difícil. Elas se tratam como se realmente fossem impostoras.

Abaixo, vamos falar um pouco sobre quais são as principais características da Síndrome do impostor.

a) Falta de confiança extrema

A Síndrome do Impostor é expressa principalmente numa falta de confiança extrema. A falta de confiança é algo que a maioria das pessoas irá sofrer em algum momento da vida. Mas quando se trata da Síndrome do Impostor, a sensação é constante, bastante severa e pode vir acompanhada da sensação de inadequação.

b) Recusa do próprio sucesso

Uma consequência natural da falta de confiança é a minimização das próprias realizações. Não se trata de uma modéstia ou humildade, uma pessoa com Síndrome do Impostor realmente acredita que não merece reconhecimento pelo que faz.

Por isso, eles tratam o sucesso como se não fosse nada demais, mesmo que tenham se dedicado muito tempo e esforço para conquistá-lo. Outra forma de minimizar os seus feitos é dizendo que não conseguiria se não tivesse ajuda de outras pessoas.

Outro ponto importante neste sentido é a propensão à autossabotagem. Como não acreditam que irão alcançar (ou merecem) o sucesso, pessoas com Síndrome do Impostor passam a minar as próprias possibilidades de desenvolvimento.

c) Autocobrança

Pessoas com Síndrome do Impostor são extremamente intolerantes quando o assunto são as suas próprias falhas. A autocobrança pode fazer com que eles s esforcem mais do que precisariam para realizar algo. E mesmo assim, os seus níveis de cobrança elevados fazem com que eles nunca consigam ficar satisfeitos ou se sentirem preparados.

Este tipo de comportamento, que não se deixa descansar ou relaxar, pode inclusive desencadear a Síndrome do Esgotamento, mais conhecida como Burnout.

d) Medo do julgamento

Uma pessoa com Síndrome do Impostor não se acha boa o suficiente. Mas, ao mesmo tempo, um dos seus maiores temores é que os outros também pensem isso dela.

Este pensamento pode levar a pessoa com Síndrome do Impostor a uma certa paranóia e a pensamentos irracionais. Elas evitam ao máximo se exporem ou destacarem ao mesmo tempo que se recusam a aceitar que os seus esforços foram o suficiente.

Este comportamento acaba por se tornar um ciclo vicioso envolvendo esforço, insatisfação e medo. Dessa maneira, a autoestima da pessoa se torna cada vez mais prejudicada.

Reconhecer os seus sentimentos e medos é fundamental para manter uma vida equilibrada. Se você se reconheceu em alguma destas características acima, tente observar os seus próprios comportamentos. Converse com as pessoas ao seu redor e, se necessário, busque ajuda profissional.