Nas últimas décadas, os cursos superiores de tecnologia se tornaram muito populares no Brasil. Com a necessidade de profissionais qualificados, essa formação apresenta como sua principal vantagem a rapidez na formação.
No entanto, dúvidas sobre esse tipo de curso ainda são muito comuns. O que faz um tecnólogo? Existe diferença entre a formação em cursos de tecnologia e de bacharelado ou licenciatura? Quais são as áreas de formação desse tipo de curso? Quais as vantagens e desvantagens desse tipo de curso no mercado de trabalho?
Neste artigo, vamos responder essas e outras dúvidas comuns sobre a formação e atuação profissional de um tecnólogo que vão te ajudar a entender se esse tipo de curso é o mais indicado para você.
Confira!
O que é um tecnólogo?
Chamamos de tecnólogo o profissional que possui formação em um curso de graduação tecnológica. Essa definição pode pegar muitas pessoas de surpresa, pois muitas ainda acham que graduação é um tipo único de curso universitário, mas isso não é verdade.
Graduação é um nível de instrução superior, acessada por quem já completou o ensino básico e que é pré-requisito para quem quer fazer uma pós-graduação. Basicamente, existem três tipos de graduação. Cada uma oferece ao seu concluinte um grau de conhecimento que lhe permite atuar de diferentes formas na sua profissão. São eles:
Bacharelado
O grau mais comum nas graduações de todo o Brasil. Trata-se de um curso com duração mínima de 4 a 6 anos que oferece uma formação ampla e generalista na sua área do conhecimento. Embora possua momentos de prática, seu foco está no conhecimento teórico. Ao concluir o grau de bacharel, considera-se que o indivíduo se torna um profissional pronto para atuar em profissões relacionadas à sua formação.
Licenciatura
Com duração de 3 a 4 anos, os cursos de licenciatura são voltados exclusivamente para a formação de professores, que atuem na educação básica (fundamental I ao médio). Embora tenha como foco o conhecimento teórico, os alunos de licenciatura também precisam realizar estágios obrigatórios em escolas, uma parte prática da formação.
Tecnologia
Por fim, com duração de 2 a 3 anos, o curso de tecnologia que, como o nome já indica, tem uma formação mais técnica e pontual. Como o tempo é mais curto, o foco é preparar os profissionais para áreas específicas de uma profissão. Por isso, o curso é mais voltado para a prática do que para a teoria.
Embora tenham se popularizado nas últimas décadas, os cursos superiores de tecnologia não são novidade no Brasil. Na verdade, esse tipo de curso foi criado em 1969 aqui no Brasil, através da autorização de que as escolas técnicas federais (hoje, Institutos Federais, ou IFs) oferecessem cursos superiores de curta duração.
Durante a década de 1990 e início dos anos 2000, o número de cursos superiores de tecnologia deu um salto expressivo, especialmente nas faculdades privadas, que buscavam oferecer um ensino voltado para o mercado de trabalho em ascensão. Com isso, o número de matrículas cresceu e o número de cursos também – e continuam crescendo até hoje. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), em 2006 o Brasil tinha 98 cursos diferentes de tecnologia. Em 2010, o número chegou a 113 e, em 2016, 134.
Ah, um ponto importante: o diploma de tecnólogo também permite que o profissional faça pós-graduação (lato sensu e stricto sensu), se desejar. Assim como o bacharelado, o diploma de tecnólogo é aceito em todas as instituições do país. Mas, se deseja estudar em outro país, é importante pesquisar se este grau é aceito pela instituição antes.
Mas e o técnico?
A proximidade no nome faz com que muitas pessoas confundam os cursos técnico profissionalizantes com o tecnólogo. Mas atenção: são cursos diferentes!
A principal delas é que o curso técnico possui nível médio, enquanto o curso de tecnologia possui nível superior. Mas é importante destacar também a diferença de atuação profissional: o tecnólogo pode assumir posições de maior responsabilidade em relação ao técnico. Como consequência, a remuneração também é maior.
Já a similaridade é que ambos tem foco na prática com o intuito de inserir os seus alunos no mercado profissional.
O que faz um tecnólogo?
Como já mencionamos, tecnólogo é o título daquele que possui uma formação em curso superior de tecnologia. Com esta formação, ele está apto a atuar profissionalmente na área que realizou seus estudos.
No entanto, há um ponto importante: o tecnólogo é preparado para atuar em uma área de atuação específica. O bacharel, por outro lado, tem uma formação mais abrangente, que permite um campo maior de atuação dentro da sua área – inclusive nas interseções com outras áreas. Por exemplo, um bacharel em administração pode atuar no setor de administração, gestão de pessoas, finanças, marketing, dentre outros. No entanto, o tecnólogo fica restrito ao trabalho no setor de administração.
Em outras palavras, o campo de atuação de um tecnólogo é mais limitado, quando comparado ao de um bacharel da mesma área.
Isso não significa, porém, que todo tecnólogo de uma área desempenha o mesmo papel. Lembre-se que uma área de atuação possui diversas subáreas específicas: o tecnólogo pode atuar em todas elas, seja em cargos operacionais como de liderança e direção.
Pois a prática profissional, aliada à formação permite que o tecnólogo avance na sua carreira, com a vantagem de adentrar no mercado de trabalho mais cedo do que o bacharel. Assim, confira algumas atribuições de um tecnólogo no seu exercício profissional (cada um na sua área profissional, claro):
- Planejamento e desenvolvimento de projetos;
- Assessoria e consultoria profissional;
- Avaliação técnica de projetos;
- Operação de equipamentos e ferramentas específicas;
- Instalação e manutenção de equipamentos e ferramentas;
- Organização e armazenamento de materiais;
- Suporte e orientação aos auxiliares;
- Coordenação de equipes;
- Treinamento e capacitação de profissionais da área;
- Desenvolvimento de pesquisas na área;
- Atuação no controle de qualidade e otimização de processos.
Quais são os cursos de nível tecnológico oferecidos pelas faculdades brasileiras?
O Ministério da Educação (MEC), órgão federal responsável pelo credenciamento e avaliação do ensino superior, possui uma listagem de todos os cursos de nível tecnológico oferecidos pelas instituições brasileiras. Os mais de 130 cursos são divididos em 13 eixos temáticos e possuem carga-horária mínima que varia entre 1.600, 2.000 e 2.400 horas. São eles:
Área de Ambiente e saúde:
Estética e Cosmética – Gestão Ambiental – Gestão Hospitalar – Radiologia – Saneamento Ambiental – Sistemas Biomédicos
Área de Controle e Processos Industriais
Automação Industrial – Eletrônica Industrial – Eletrotécnica Industrial – Gestão da Produção Industrial – Manutenção de Aeronaves – Manutenção Industrial – Mecatrônica Industrial – Processos Metalúrgicos
Área de Gestão e Negócios
Comércio Exterior – Comunicação Institucional – Comunicação Pública – Empreendedorismo – Gestão Comercial – Gestão da Qualidade – Gestão de Cooperativas – Gestão de Recursos Humanos – Gestão Financeira – Logística – Marketing – Negócios Imobiliários – Processos Gerenciais – Secretariado
Área de Informação e Comunicação
Análise e Desenvolvimento de Sistemas – Banco de Dados – Gestão da Tecnologia da Informação – Gestão de Telecomunicações – Jogos Digitais – Redes de Computadores – Redes de Telecomunicações – Segurança da Informação – Sistemas para Internet – Telemática
Área de Infraestrutura
Agrimensura – Construção de Edifícios – Controle de Obras – Estradas – Geoprocessamento – Gestão Portuária
Área Militar
Ciências Militares
Área de Produção Alimentícia
Agroindústria – Alimentos – Viticultura e Enologia
Área de Produção Cultural e Design
Comunicação Assistiva – Design de Animação – Design de Interiores – Design de Moda – Design Gráfico – Fotografia – Produção Audiovisual – Produção Cênica – Produção Cultural – Produção Fonográfica – Produção Multimídia – Produção Publicitária
Área de Produção Industrial
Biocombustíveis – Construção Naval – Fabricação Mecânica – Petróleo e Gás – Processos Químicos – Produção Gráfica – Produção Sucroalcooleira – Produção Têxtil
Área de Recursos Naturais
Gestão do Agronegócio – Aquicultura – Cafeicultura – Horticultura – Produção de Grãos – Produção Pesqueira
Área de Segurança
Gestão de Segurança Privada – Investigação e Perícia Judicial – Segurança no Trabalho – Segurança Pública – Serviços Penais
Área de Turismo, Hospitalidade e Lazer
Eventos – Gastronomia – Gestão de Turismo – Gestão Desportiva e de Lazer – Hotelaria