Tipos de memória: saiba mais sobre as suas características e importância

Memória é o processo de codificação, armazenamento e recuperação de experiências e conhecimentos importantes para a nossa vida. Em suma, a memória é o que nos torna quem somos.

Nela está contida lembranças da nossa infância, das coisas e pessoas de quem gostamos (ou não gostamos). É também através da memória que recuperamos conhecimentos quando precisamos deles. Isso acontece porque o processo da memória reativa grupos neurônios específicos do nosso cérebro, que são responsáveis por nossos pensamentos e percepções.

Mas, como apontamos acima, a memória não é só um processo de recuperação de conhecimentos e experiências. A memória também atua na conexão entre esses neurônios através da repetição de ações.

Assim, a memória não articula somente nossas lembranças. Ela se relaciona com os nossos sentidos e também com as nossas funções motoras. Por exemplo, quando falamos estamos utilizando nossas memórias motoras para mover nossos lábios e língua de forma a reproduzir os sons que aprendemos. Da mesma forma, usamos nossas memórias motoras para coordenarmos nossa marcha e caminharmos.

Como você pode perceber, os processos da memória são extremamente importantes para a nossa vida. Se você está interessado em saber mais sobre os tipos de memória, continue lendo esse artigo!

Os tipos de memória

Quando falamos de memória, nos referimos a um processo que possui diversas divisões e subgrupos. Ou seja, não existe uma memória só, mas diversas delas que estão associadas a estímulos diferentes. Abaixo, falamos sobre as memórias de longo e curto prazo e as suas subdivisões.

1. Memória de longo prazo

A memória de longo prazo é o tipo de memória cuja capacidade de retenção no cérebro (e, por consequência, a sua recuperação) abarca um período longo de tempo. Ou seja, são aquelas memórias que podemos acessar mesmo passados muitos anos desde a sua formação. As memórias motoras e culturais são exemplos de memórias de longo prazo. Determinadas experiências de vida também podem assumir um caráter de longo prazo, como é o caso das memórias de infância. Assim, a memória de longo prazo é dividida em duas categorias:

a. Explícita ou consciente

Memórias explícitas são um tipo de memória de longo prazo da qual nos lembramos depois de pensar conscientemente sobre elas. O nome do seu melhor amigo de infância ou o número do telefone da casa da sua avó são exemplos de memórias explícitas. Também é dividida em duas seções:

  • Episódica ou biográfica: refere-se às lembranças de acontecimentos específicos da nossa vida. Por exemplo, lembrar do que comemos na noite anterior. Nossa habilidade de reter memórias episódicas depende do quão emocionalmente poderosas foram essas experiências. E por estar relacionada às nossas emoções, estudos apontam que nem sempre essa memória é precisa. Isso acontece pois reconstruímos essas memórias ao longo do tempo, por isso, elas podem mudar e se adaptar ao contexto em que são recuperadas.
  • Semântica: refere-se aos conhecimentos sobre fatos e conceitos do mundo. Por exemplo, o significado das palavras, o fato de que o céu é azul e girafas têm pescoços longos. Como se refere a uma memória cultural e não biográfica, somos capazes de manter a precisão da memória semântica a longo prazo.

b. Implícita ou inconsciente

A segunda categoria das memórias de longo prazo, a memória implícita se refere às lembranças que temos mesmo sem pensar especificamente nelas. Ou seja, estão relacionadas ao nosso inconsciente.

É comum dizermos que nunca esquecemos como andar de bicicleta depois de aprendermos. Esse é um exemplo claro de memória implícita.

  • Processual ou motora: refere-se à uma seção específica da memória implícita relacionado às nossas habilidades e destrezas motoras. Ou seja, está relacionada a movimentos específicos que fazemos para realizar uma tarefa, como caminhar ou até mesmo amarrar o cadarço do tênis.

2. Memória de curto prazo

A memória de curto prazo permite que nosso cérebro se lembre de uma quantidade pequena de informações por um período curto de tempo. Em geral, o tempo de retenção dessas memórias são de 30 a 40 segundos. Um exemplo de memória de curto prazo

Assim, esse tipo de memória é facilmente deteriorada com o tempo. No entanto, se for estimulada com exercícios específicos, ela pode ser armazenada como um tipo de memória a longo prazo (que veremos a seguir).

  • Memória de trabalho ou operacional: O tipo mais curto dessa memória dura apenas alguns segundos e é chamado de memória de trabalho ou memória operacional. Essa memória refere-se às informações que mantemos na nossa cabeça enquanto realizamos outros processos cognitivos. Por isso, é bastante limitada tanto em seu tempo de retenção quanto na quantidade de informação retida.  Por exemplo, quando acrescentamos diversos dados em uma planilha ou formulário ou tentamos manter em mente o número de um protocolo ou de telefone.

Neurocientistas acreditam que a memória operacional é fundamental para o funcionamento da mente. Ela se relaciona com diversas habilidades e está ligada a processos sensoriais básicos.

Como estimular e melhorar a sua memória de trabalho

Uma situação que muitas pessoas já passaram (seja na infância ou na vida adulta) é repetir uma informação várias vezes na mente para tentar retê-la por mais tempo. No entanto, acaba esquecendo-a ao longo do tempo com a realização de outras tarefas.

Psicólogos e neurocientistas apontam que existem evidências de que é possível treinar a memória de trabalho a fim de melhorar o seu desempenho. O jogo da memória é um clássico e pode ajudar nesse treinamento, pois ele funciona a partir da associação de duas imagens, palavras ou sons. Outras formas de melhorar a memória de trabalho incluem:

  • Fazer exercícios físicos;
  • Se alimentar bem;
  • Beber uma boa quantidade de água;
  • Ter uma rotina;
  • Experimentar diferentes maneiras de memorizar uma informação;
  • Usar checklist para tarefas que envolvem muitos passos; e
  • Quebrar grandes informações em partes menores.