Tipos de personalidade: características e a carreira ideal de cada

Como você definiria a sua personalidade? E você acha que a sua carreira profissional reflete a sua personalidade?

Cada pessoa tem uma forma de se comportar e de se relacionar com o mundo. Em muitos casos, a personalidade de uma pessoa pode ser completamente diferente da outra, mas isso nem sempre acontece. Embora sejamos únicos, podemos encontrar muitas pessoas que têm comportamentos semelhantes aos nossos em diversos graus – e outras que são o nosso completo oposto.

Mas a personalidade de uma pessoa não afeta só a forma como ela se comporta no dia a dia: ela impacta também nas decisões que ela toma ao longo da vida. Inclusive decisões sobre carreira.

Neste artigo, te contamos diferentes teorias de personalidade que surgiram ao longo do tempo, quais são as 16 personalidades MBTI. E, claro, quais são as carreiras indicadas para cada uma delas.

Confira!

Teorias de personalidade ao longo do tempo

A vontade de entender como se constitui a personalidade de um indivíduo e quais tipos de personalidade existem não é algo novo. Na verdade, é uma preocupação que vem desde a Antiguidade, há milhares de anos.

A Teoria dos Humores Corporais de Hipócrates

Na Grécia Antiga, a primeira tentativa de explicar a relação entre o corpo e a alma e entre a saúde e a doença foi o filósofo Hipócrates, conhecido como pai da medicina. Ele foi o responsável por conceber a Teoria dos Humores Corporais, que sugere  que o comportamento humano era governado por níveis relativos de quatro humores (líquidos) no corpo, sendo eles:

  • Sangue (procedente do coração);
  • Fleuma (cérebro);
  • Bílis amarela (fígado); e
  • Bílis negra (baço).

Para ele, a depender dos níveis desses quatro humores, um indivíduo poderia ser classificado de uma determinada forma. Por exemplo, o excesso de bílis negra causava a depressão enquanto o excesso de bílis amarela era associado à ansiedade e instabilidade. Níveis elevados de fleuma poderiam resultar em um temperamento sombrio ou preguiçoso e o excesso de volume sanguíneo resultava em oscilações de humor.

Indivíduos que tinham “humor em excesso” e divergiam das normas socioculturais eram vistas por Hipócrates como doentes e deveriam ser tratadas como tal. A intenção do tratamento era alcançar o equilíbrio entre os humores.

Teoria Psicanalítica da personalidade

A teoria de Hipócrates foi a principal base sobre as personalidades, bem como a saúde e doença até o século XVII. E também foi influência direta de outras teorias de personalidade até o século XX, quando psicólogos mergulharam fundo nas pesquisas tentando entender melhor como se formam as personalidades.

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, entendia que toda ação de um indivíduo é movida por forças internas, que são diretamente ligadas ao prazer. Em outras palavras, o desenvolvimento da personalidade tem como motivador a libido.

De acordo com Freud, a estrutura da personalidade é movida por três sistemas:

  • Id: ligado às ações primárias e pulsões inconscientes, é o sistema que age nas satisfações e prazeres corporais. Em suma, desempenha um papel biológico na personalidade.
  • Ego: lado racional da personalidade, que controla os impulsos do Id. Desempenha o papel psicológico na personalidade.
  • Superego: Lado responsável pelos valores sociais e morais, isto é, que dá noção ao certo e errado ao indivíduo. Desempenha o papel social na personalidade.

É a partir das relações entre as três pulsões que a personalidade de um indivíduo se forma, na concepção de Freud.

Teoria da Personalidade Junguiana

Para o psicólogo suíço Carl Jung, por outro lado, a personalidade é formada por sistemas isolados, mas que atuam uns sobre os outros de forma dinâmica. Ele foi um dos discípulos de Freud, mas não concordava com os fatores de motivação da personalidade da teoria psicanalítica.

Para Jung, existem quatro funções psicológicas básicas de um indivíduo:

  • Pensar
  • Sentir
  • Perceber
  • Intuir

E também dois tipos de caráter:

  • Introvertido
  • Extrovertido

A personalidade de cada indivíduo se origina, assim, a partir da relação de um tipo de caráter e uma função básica. Sendo assim, existem 8 tipos de personalidade segundo Jung:

  • Reflexivo Introvertido: Pessoas definidas pelo seu lado intelectual. Possuem dificuldade de se relacionar e costumam ser bastante teimosas.
  • Reflexivo Extrovertido: Pessoas definidas por racionalidade e objetividade. São céticos, pouco sensíveis, podendo ser narcisistas e manipuladoras.
  • Sentimental Introvertido: Geralmente solitárias, são pessoas que tem dificuldade de relacionamento. Gostam do silêncio e fazem o possível para não chamar a atenção para sim, mas são bastante sensíveis às necessidades dos outros.
  • Sentimental Extrovertido: Empáticos e compreensivos, possuem facilidade de comunicação e relacionamento. Possuem forte poder de persuasão, mas tendem a sofrer mais com rejeições.
  • Perceptivo Introvertido: Geralmente atribuída à artistas, é uma personalidade caracterizada pela ênfase sensorial e no uso de cores, texturas e formas como  maneira de expressar suas emoções.
  • Perceptivo Extrovertido: Personalidade com forte percepção mística e atento aos detalhes. Costumam colocar seu prazer como prioridade máxima.
  • Intuitivo Introvertido: Característica de indivíduos extremamente sensíveis, por isso, bastante atribuída àqueles ligados à religiões. São idealizadores, extremamente criativos e sonhadores.
  • Intuitivo Extrovertido: Essa é a personalidade de indivíduos aventureiros. Inquietas, determinadas, corajosas e extremamente ativas.  Mas, por outro lado, egoístas e com pouca preocupação com o bem-estar coletivo.

Classificação Tipológica de Myers-Briggs

Em 1920, a professora estadunidense Katherine Cook Briggs teve seu primeiro contato com a Teoria das Personalidades Junguiana. Fascinada pelo assunto, Briggs já tinha desenvolvido uma própria teoria antes de conhecer os escritos de Jung. Mas foi a partir da Teoria Junguiana que ela desenvolveu a Classificação Tipológica de Myers-Briggs (ou, em inglês, Myers-Briggs Type Indicator, o MBTI), ao lado da sua filha, Isabel Briggs Myers.

A ideia era aplicar a teoria de Jung no mundo real e, com isso, compreender o que diferenciava cada indivíduo. As duas também acreditavam que, ao entender melhor a própria personalidade, as pessoas poderiam escolher carreiras compatíveis com as suas personalidades, viver de forma mais saudável e ser mais feliz. Dessa forma, o intuito da classificação é ser justamente um instrumento de autoanálise e autodescobrimento.

Mais conhecida como “16 Personalidades”, a classificação tipológica de Myers-Briggs é considerada um instrumento de auto identificação. Funciona da seguinte forma: a partir de uma série de perguntas segmentadas em dois pólos de resposta (“concordo” e “discordo”, com algumas gradações), a classificação identifica a personalidade de uma pessoa.

Apesar de já elaborar a classificação desde a década de 1920, o primeiro rascunho do questionário foi elaborado durante a década de 1940. Naquele momento, as duas fizeram testes de aplicação com amigos e familiares. No entanto, elas passaram as duas décadas seguintes aprimorando as questões até chegarem na versão que é aplicada até hoje.

Mas em que consiste o questionário das 16 personalidades?

Ao final do questionário, cada resposta indicada pelo participante forma uma peça dentro de um inventário. Leva-se em consideração cinco aspectos diferentes da personalidade para a análise e classificação final. São eles:

Mente: determina como a pessoa interage com o seu entorno. Podendo ser:

  • Introversão (I); e
  • Extroversão (E).

Energia: determina como a pessoa vê o mundo e processa as informações dele.

  • Sensação (S); e
  • Intuição (N).

Natureza: determina como a pessoa toma decisões e lida com suas emoções.

  • Pensamento (T); e
  • Sentimento (F).

Táticas: reflete como a pessoa trabalha, planeja e toma suas decisões.

  • Julgamento (J); e
  • Percepção (P).

A partir das respostas assinaladas, o inventário avalia em qual ponto mais se encaixa no perfil da pessoa. Dessa forma, cada personalidade é formada por cinco letras, uma de cada aspecto citado acima. Possibilitando, assim, um total de 16 combinações diferentes. Conheça quais são elas a seguir:

Arquiteto(a), INTJ

Criativos, estratégicos e ambiciosos. Os arquitetos são confiantes, independentes e reservados, por isso mesmo, preferem trabalhar em grupos pequenos e não desperdiçam energia com aquilo que não está nos seus objetivos.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Música – Fotografia – Artes cênicas – Economia – Marketing  – Educação – Engenharia – Arquitetura – Direito.

Comandante, ENTJ

Com o espírito de liderança, os comandantes são carismáticos, confiantes e têm a capacidade de motivar os outros a alcançarem seus objetivos. Ótimos resolutores de problemas, são extremamente estratégicos.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Administração – Relações Públicas – Engenharia – Direito – Astronomia – Publicidade.

Lógico(a), INTP

Como o próprio nome já diz, são os mais lógicos de todos. Pessoas com esse tipo de personalidade adoram padrões, são rápidos em identificar o que está fora do lugar. Além disso, têm são ótimos em ler as pessoas, embora sejam muito quietos.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Música – Educação – Engenharia – Arquitetura – Biomedicina – Marketing – Ciência da Computação – Desenvolvimento de Sistemas.

Inovador(a), ENTP

Lógicos, racionais e objetivos, os Inovadores precisam de estímulo mental constante. Diferente dos lógicos, adoram compartilhar suas descobertas com outras pessoas. E também odeiam rotinas e tarefas repetitivas.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Direito – Jornalismo – Economia – Psicologia – Ciência da Computação – Design.

Advogado(a), INFJ

Idealistas, os Advogados não aceitam as coisas como elas são nem explicações vagas. Extremamente criativos, empáticos e atenciosos, além de adorarem um bom desafio de trabalho para estimular suas mentes.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Jornalismo – Biblioteconomia – Psicologia – Gestão ambiental – Assistência Social.

Professor(a), ENFJ

Idealistas e que não aceitam ir contra seus princípios. Os Professores são líderes empáticos e sabem como se conectar com os outros e estabelecer relações de confiança.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Artes Visuais – Educação – Gestão Comercial – Jornalismo – Publicidade – Psicologia – Enfermagem.

Mediador(a), INFP

Os Mediadores podem parecer quietos e tímidos por forma, mas por dentro, são vibrantes e apaixonados. Idealistas, são fiéis às causas e às pessoas que acreditam. Por isso, são empáticos, compreensivos e bastante sensíveis.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Assistência Social – Fotografia – Artes Visuais – Psiquiatra – Terapeuta Ocupacional – Recursos Humanos.

Ativista, ENFP

Conhecidos pela sua independência e liberdade, não se deixando viver dentro de uma caixa. Altamente perceptivos e sentimentais, querem vivenciar novas experiências e conhecer novas pessoas.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Relações internacionais – Comércio exterior – Ciência política – Jornalismo – Música – Assistência Social.

Logístico(a), ISTJ

Conhecidos por serem responsáveis e confiáveis, os Logísticos gostam de usar o pensamento analítico, crítico e são altamente detalhistas. Para as outras pessoas, geralmente parecem sérios e formais.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Odontologia – Direito – Ciências Contábeis – Administração – Medicina.

Executivo(a), ESTJ

Outra personalidade que costuma assumir o papel de líder, as pessoas costumam procurar os Executivos em busca de orientação e conselho. Priorizam a organização, dedicação e honestidade nas suas vidas.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Direito – Educação – Psicologia – Medicina – Administração – Ciência política – Economia.

Defensor(a), ISFJ

Os defensores gostam de retribuir o que fazem por eles e devolver generosidade com ainda mais generosidade. Valorizam a harmonia e a cooperação, além de serem sensíveis aos sentimentos dos outros. Têm grande senso de ética e dever.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Enfermagem – Medicina – Assistência Social – Direito – Gestão ambiental.

Cônsul, ESFJ

Altamente sociáveis, os Cônsules se divertem sendo o centro das atenções e gostam de reunir pessoas. São ótimos em ler os outros e bastante empáticos. Estão sempre em busca de cooperação e harmonia.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Psicólogo – Relações públicas – Produção de eventos – Museólogo – Artes visuais.

Virtuoso(a), ISTP

Os Virtuosos são geralmente pessoas misteriosas, racionais, lógicas e, ao mesmo tempo, espontâneas e entusiasmadas. Observadores e altamente criativos, são ótimos em solucionar problemas de forma inovadora. E, apesar de serem quietos, estão sempre dispostos a colaborar com outras pessoas quando preciso.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Educação Física – Artes Visuais – Artes Cênicas – Música – Arquitetura – Engenharia.

Empreendedor(a), ESTP

Bastante competitivos, confiantes e negociadores, os Empreendedores enxergam boas oportunidades com facilidade. Além disso, tem também forte necessidade de interação social, raciocínio lógico e sensação de liberdade. Eles têm energia o suficiente para aceitar desafios sem pensar muito, mas rotinas rapidamente se tornam cansativas.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Administração – Gestão Comercial – Medicina – Engenharia – Relações Públicas.

Aventureiro(a), ISFP

Os Aventureiros são aqueles introvertidos que não parecem introvertidos. Eles são calorosos, bastante acessíveis, amigáveis, divertidos e espontâneos. Querem viver a vida ao máximo e focar no presente. Por isso mesmo, priorizam autonomia e liberdade.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Medicina veterinária – Publicidade – Artes visuais – Artes cênicas – Fotografia – Música – Gastronomia.

Animador(a), ESFP

Animadores nasceram para brilhar. Adoram ser o centro das atenções, aprender e compartilhar o que sabem com os outros. São calorosos, generosos, amigáveis e, como o próprio título já diz, animados.

Se dão bem nas seguintes carreiras: Artes visuais – Artes cênicas – Música – Publicidade – Relações públicas – Gestão comercial.